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Basquete

21/08/2016 19h47

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Estados Unidos batem a Sérvia e conquistam terceiro ouro olímpico seguido no basquete masculino

Questionados e criticados após a primeira fase, norte-americanos dominam sérvios na decisão e levam o 15º ouro da história com vitória por 96 x 66

A seleção de basquete dos Estados Unidos guardou o melhor para o final nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Depois de algumas vitórias mais apertadas do que o previsto nas primeiras partidas e muitas críticas da mídia norte-americana, a seleção mostrou toda sua força na partida que valeu a medalha de ouro da modalidade, neste domingo (21.08), na Arena Carioca 1. Azar da Sérvia, que estava do outro lado da quadra. A vitória dos Estados Unidos por 96 x 66 não deixou dúvidas de quem é o melhor no basquete e coroou o tricampeonato olímpico do país.

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Kevin Durant ergue a bandeira norte-americana após o jogo. Ala fez 30 pontos na final contra a Sérvia. Foto: Mike Ehrmann/Getty Images

“Tudo que fizemos era sobre isso aqui, foi para isso que cada um de nós nos comprometemos”, afirmou o ala Paul George, apontando para a medalha de ouro no pescoço. “Mesmo com a mídia dizendo que esse grupo não tinha talento, viemos aqui e conquistamos o ouro”, respondeu o jogador, autor de nove pontos na partida.

Muito criticado pela imprensa dos Estados Unidos por não derrotar os rivais por vantagens maiores, o time alcançou um feito impressionante ao vencer a final por 30 pontos de diferença. Foi a maior diferença em uma partida valendo o ouro olímpico desde Barcelona 1992, quando o famoso Dream Team norte-americano, que contava com lendas como Michael Jordan, Magic Johnson e Larry Bird, venceu a Croácia por 117 x 85.

“Foi o nosso melhor jogo. Eles nos mostraram que a gente tinha que aumentar o nível para vencê-los, que não seria fácil. Nós fizemos o jogo ficar fácil. Ficamos ligados do início ao fim e não olhamos para trás”, destacou o pivô DeMarcus Cousins, outro destaque da final com 13 pontos e 15 rebotes.

A medalha de ouro no Brasil foi ainda mais especial para Carmelo Anthony. O ala foi campeão olímpico pela terceira vez, tornando-se o jogador de basquete mais vencedor da história. Ele ainda tem o bronze conquistado em Atenas 2004 na coleção, o que o coloca como maior medalhista da história da modalidade ao lado de Sergey Belov e Gennady Volnov, donos de quatro medalhas com a antiga União Soviética.

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Carmelo Anthony abraça Kevin Durant: ala tornou-se o maior campeão olímpico da história do basquete no Rio de Janeiro. Foto: Christian Petersen/Getty Images

Depois de mais uma conquista com a seleção, Anthony revelou que sua caminhada com a equipe chegou ao fim no Rio de Janeiro. “Foi um momento especial para mim. Sei que é o fim. Eu me liguei à seleção em 2004. Eu vi o pior e o melhor e estou aqui hoje, com três medalhas de ouro”, comentou.

Defesa, rebotes e título

Os primeiros minutos da final olímpica deram a falsa impressão de que o duelo seria equilibrado. A seleção europeia, disputando sua primeira final olímpica, começou melhor e liderou o placar até mais ou menos a metade do primeiro quarto. A partir daí, os Estados Unidos começaram a fazer o que fazem de melhor: defender com agressividade, lutar por todos os rebotes e pontuar.

O ataque sérvio parou de ter espaços para receber as bolas em condições de finalizar. Os erros forçados pelos norte-americanos começaram a se transformar em cestas fáceis do outro lado e os dez minutos iniciais da final terminaram com uma pequena vantagem dos Estados Unidos no marcador: 19 x 15.

Foi no segundo quarto que o jogo deslanchou para os tricampeões. Com quatro bolas de três pontos de Kevin Durant, que fez ainda mais quatro pontos no período, os norte-americanos superaram a Sérvia de maneira impressionante e foram para os vestiários vencendo por 52 x 29.

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Kevin Durant sobe para dois pontos fáceis: defesa norte-americana sufocou a Sérvia na final. Foto: Christian Petersen/Getty Images

O jogo voltou para o terceiro quarto e os Estados Unidos não tiraram o pé do acelerador. A defesa continuou sufocando os sérvios, em especial o armador Milos Teodosic, e a distância no placar aumentou ainda mais, chegando a 79 x 43 no fim do quarto.

Foi só nos dez minutos finais que os norte-americanos relaxaram. Claramente esperando o tempo passar, a equipe diminuiu a pressão defensiva e pouco se preocupou em armar jogadas de ataque, deixando os jogadores resolverem tudo no um contra um. Faltavam oito minutos e 20 segundos quando Teodosic saiu pela última vez de quadra, já abraçando o técnico sérvio e aceitando o destino da equipe na final.

A torcida brasileira ainda se divertiu ao entoar o famoso “eu acredito” das arquibancadas. Tudo em tom de brincadeira. No fim, com 30 pontos de Kevin Durant, cestinha da partida, os Estados Unidos venceram por 96 x 66 e fizeram a festa dentro da quadra.

Cestinha da partida e da equipe no torneio, Durant foi bastante elogiado pela atuação no segundo quarto. O ala terminou os Jogos Olímpicos com média de 19,4 pontos por jogo e conquistou sua segunda medalha de ouro consecutiva na competição.

“KD (Durant) foi muito importante. Ele tirou a pressão do nosso ataque e assumiu a responsabilidade de acabar com o jogo. Ele sempre vai estar pronto para esses momentos e hoje conseguiu essa vitória para a gente”, disse Paul George. “Aquilo foi Kevin sendo Kevin”, resumiu DeMarcus Cousins.

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Kevin Durant vai para a galera. Ala tirou selfies com a torcida norte-americana depois de conquistar seu segundo ouro olímpico. Foto: Christian Petersen/Getty Images

Hegemonia norte-americana

O título conquistado no Rio de Janeiro foi o 15º do país em 19 disputados na história dos Jogos Olímpicos entre os homens. Como a equipe feminina dos Estados Unidos também vai embora com a medalha de ouro, os norte-americanos conseguiram a dobradinha pela sexta vez na história, a terceira consecutiva.

“É um sentimento ótimo, especial. Não é algo que não damos valor. Muito trabalho duro foi necessário para chegar até aqui”, comentou o ala Klay Thompson. “É minha segunda medalha de ouro e o sentimento é o mesmo”, acrescentou Kevin Durant.

Bronze para a Espanha

Assim como os Estados Unidos, a Espanha é outra seleção que tem aparecido constantemente no pódio olímpico. No Rio de Janeiro não foi diferente, embora o desfecho da partida que valeu o bronze para os espanhóis tenha sido completamente diferente da final.

Na partida que abriu a rodada do último dia do basquete no Rio 2016, a Espanha sofreu até o fim para derrotar a Austrália por 89 x 88 e assegurar o terceiro pódio seguido. Nos dois Jogos anteriores, Londres 2012 e Pequim 2008, os europeus ficaram com a prata, perdendo a decisão para os Estados Unidos.

O herói espanhol foi mais uma vez o pivô Pau Gasol. Ele anotou 31 pontos, pegou 11 rebotes e converteu bolas decisivas nos segundos finais. A Austrália teve a chance de vencer na última bola, mas acabou errando o passe e não conseguiu nem arremessar a bola.

Vagner Vargas – Brasil2016.gov.br