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Atletismo paralímpico

16/09/2016 19h19

Atletismo

Terezinha Guilhermina é bronze nos 400m T11 e celebra pódio após lesão sofrida em maio

Velocista, que é a recordista mundial da prova, lembrou o sério problema que atravessou há quatro meses e declarou que deixa o Rio 2016 satisfeita com os dois pódios que conquistou

O sonhado ouro, que marcaria a quarta vitória em Jogos Paralímpicos, não veio para a mineira Terezinha Guilhermina, que na noite desta sexta-feira (16.9) se despediu do Rio 2016. Mas a última prova da velocista no megaevento do Brasil não acabou sem pódio. Depois da prata no revezamento 4 x 100m T11-13, a veterana faturou o bronze nos 400m T11 (deficientes visuais) e, com isso, encerrou a participação na competição com duas medalhas. Ela também disputou os 100m, mas foi desclassificada na final por, segundo os juízes, ter sido puxada pelo guia. Nos 200m, queimou a largada na decisão. 

Terezinha Guilhermina e seu guia, Rafael Lazarini: pódio na despedida do Rio 2016. Foto:Washington Alves/MPIX/CPB

Para quem detém o recorde mundial dos 400m, o bronze pode até parecer um resultado desapontador. Mas não era esse o sentimento que a corredora de 37 anos apresentou ao conversar com os jornalistas. Tranquila com a medalha conquistada, ela explicou que, devido a uma lesão sofrida em maio, toda a preparação para o Rio 2016 foi afetada e sua participação chegou até a estar ameaçada.

“Dadas as circunstâncias que vivenciei este ano... Da última competição que participei aqui em maio eu saí em cima de uma maca e de ambulância para o hospital com lesão de grau 3 no reto femural da perna direita (a contusão causa incapacidade funcional para marcha, dor severa e alteração visível do quadríceps). Foi a primeira lesão em toda a minha carreira”, lembrou.

“Eu fiquei sete semanas tratando e graças ao Mauro, à Camila e ao Gustavo, que são os fisioterapeutas do Comitê (Paralímpico Brasileiro), eu pude chegar às Paralimpíadas disputando quatro provas, estando entre as quatro do mundo em todas, diante de todas as adversidades. Além disso, estou trabalhando com o Rafael (o guia Rafael Lazarini) desde novembro e ele teve uma sequência de lesões. Eu não pude trabalhar com ele com tanta sincronia quanto a gente deveria e, quando ele se tratou, eu me lesionei. Mesmo assim, nós tivemos um altíssimo rendimento dadas as circunstâncias”, avaliou Terezinha.

A atleta adiantou que pretende competir em Tóquio 2020. “Estou muito feliz, muito grata a Deus e a todos os que acreditaram no meu trabalho e feliz por estar aqui, inteira, e preparada para a próxima”.

 

Melhor campanha

Terezinha, que agora só sonha com férias, ressaltou a importância de todo o apoio dado ao atletismo paralímpico no último ciclo. Determinante, segundo ela, para que a modalidade fosse a responsável, no Rio 2016, pela maior quantidade de pódios do país. Com o bronze conquistado nesta noite, o atletismo brasileiro acumula, até o momento, 29 pódios. Foram 9 ouros, 11 pratas e 10 bronzes, a melhor campanha de todos os tempos em Paralimpíadas.

“Estou muito feliz, muito grata a Deus e a todos os que acreditaram no meu trabalho e feliz por estar aqui, inteira, e preparada para a próxima”
Terezinha Guilhermina

“Houve um investimento bastante significativo do governo federal, do governo de São Paulo e do Rio de Janeiro também, e ainda dos patrocinadores. A Braskem está como patrocinadora do atletismo, a Caixa, e todo o investimento resultou nos melhores resultados da história. Nós fizemos valer a pena esse trabalho e a vontade de vencer e de fazer o melhor dentro de casa fez toda a diferença”, destacou.

A corredora também ressaltou a importância do legado do Rio 2016, citando, em especial, o Centro Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, que, segundo ela, foi a maior conquista do paradesporto com os Jogos no Brasil.

“Acho extremamente importante e significativo. É um presente para o paradesporto nacional e até mesmo internacional, porque podemos conviver com atletas internacionais que virão e terão condição de fazer camping com a gente, o que não só tornará o nosso trabalho mais forte, mas servirá com exemplo para que pessoas de outros países vivenciem isso. É sem dúvida o maior legado que a Paralimpíada deixou, dada a história do paradesporto, que vem de um movimento grande, mas a gente não tinha uma casa. Hoje a gente pode dizer que tem essa casa, que é ali no CT”, encerrou a atleta.

Com o resultado de Terezinha Guilhermina, o Brasil encerra a sexta-feira no atletismo com mais três medalhas na conta. Pela manhã, no salto em distância feminino T11, Silvânia Costa conquistou o ouro e Lorena Spoladore, na mesma prova, levou o bronze.

Além de Terezinha, outros quatro brasileiros competiram na noite desta sexta-feira. Thalita Simplício ficou em quarto nos 400m T11, enquanto Daniel Mendes e Felipe Gomes correram as eliminatórias dos 400m masculino T11. Cada um venceu sua bateria e com isso garantiram vagas na final da prova, que será disputada neste sábado (17.9), às 18h41. Por último, Diogo Ualisson disputou a classificatória dos 200m masculino T12, mas não se classificou.

Resultados:

Manhã

» Final – Arremesso de peso masculino F55 – Wallace Santos – 10º
» Final – Arremesso de peso masculino F55 – Ricardo Nunes – não competiu devido a lesão
» Final – 400m masculino T37 – Paulo Flaviano – 5º
» Classificatórias – 400m masculino T47 – Petrúcio Ferreira – classificado para a final
» Final – Salto em distância feminino T11 – Silvânia Costa – ouro
» Final – Salto em distância feminino T11 – Lorena Spoladore – bronze
» Final – Salto em distância feminino T11 – Thalita Simplício – 5º

Tarde/Noite

» Final – 400m feminino T11 – Terezinha Guilhermina – bronze
» Final – 400m feminino T11 – Thalita Simplício – 4º
» Classificatórias – 400m masculino T11 – Daniel Mendes – classificado para a final
» Classificatórias – 400m masculino T11 – Felipe Gomes – classificado para a final
» Classificatórias – 200m masculino T12 – Diogo Ualisson – não se classificou para a final

Luiz Roberto Magalhães e Carol Delmazo – brasil2016.gov.br