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Geral

27/11/2015 13h47

Seminário Internacional

Autoridades reafirmam que Jogos Rio 2016 serão seguros para brasileiros e estrangeiros

Especialistas em segurança discutiram medidas necessárias para afastar o risco de atentados. Experiências anteriores do país em megaeventos foram ressaltadas

O ministro do Esporte, George Hilton, acompanhado de outras autoridades, como o ministro Eugênio Garcia, chefe da Divisão das Nações Unidas do Ministério das Relações Exteriores; além de representantes de órgãos ligados à segurança e à defesa no Brasil, participaram nesta sexta-feira (27.11), em Brasília, do encerramento do “Seminário internacional Enfrentamento ao Terrorismo no Brasil”.

Organizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e pelo Ministério Público Militar (MPM), o evento discutiu, desde a segunda-feira (23.11), as medidas necessários para minimizar os riscos de atentados terroristas no Brasil, principalmente no período entre agosto e setembro de 2016, durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio.

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O ministro do Esporte, George Hilton, durante discurso no Seminário internacional Enfrentamento ao Terrorismo no Brasil. Foto: Francisco Medeiros/ME

O seminário contou com a participação do francês Jean-Paul Laborde, uma das principais autoridades na área de combate ao terrorismo da Organização das Nações Unidas (ONU) e diretor executivo do Comitê de Direção Executiva Antiterrorista da ONU (CTED); além de Hussein Kalout, professor-pesquisador da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que discutiram aspectos do terrorismo internacional e assuntos ligados ao Islã, à mídia e à prática do terrorismo.

“Quando tratamos de grandes eventos internacionais, esportivos ou não, um dos principais desafios de planejamento diz respeito à segurança. Nós, brasileiros, sabemos bem disso, já que nos acostumamos a organizar megaeventos”, afirmou o ministro George Hilton, em referência aos Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos do Rio, em 2007; aos Jogos Mundiais Militares, em 2011; à Copa das Confederações, em 2013; à Copa do Mundo FIFA, em 2014; e, mais recentemente, aos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, disputados em outubro, em Palmas (TO), com quase dois mil representantes de 24 países. Isso sem contar eventos não esportivos, como a Rio +20 e a Jornada Mundial da Juventude, ambos de repercussão mundial.

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O ministro destacou a importância de dois conceitos que foram ressaltados durante o seminário como fundamentais para o sucesso no combate ao terrorismo: cooperação (no caso das agências de inteligências e demais órgãos de segurança internacionais) e integração, no que se refere às ações entre o Ministério da Justiça, Ministério da Defesa, Abin, Polícia Federal, Forças Armadas, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária e Guardas Municipais.

“Um ponto em comum na realização de todos esses eventos (citados acima) foi a excelência no quesito segurança. E uma das receitas para atingir os resultados atende pelo nome de integração”, afirmou George Hilton.

Ele lembrou que os Jogos Rio 2016 estarão amparados pela maior operação de segurança integrada da história do Brasil. Trata-se de uma ação que reunirá 85 mil homens, que serão coordenador pelo Centro de Inteligência dos Jogos, comandado pela Abin, e pelo Centro de Comando e Controle, que reunirá o primeiro escalão das áreas de defesa e segurança.

Refugiados

Em sua palestra sobre o tema “Diplomacia e Terrorismo”, Eugênio Garcia lembrou que o Itamaraty também está alerta à questão, principalmente no que diz respeito à entrada de refugiados no país.

Garcia lembrou que o Brasil tem um história de receber refugiados vindos de áreas de conflito ou de grandes desastres naturais, mas ressaltou que a entrada no país se dá após o cumprimento de vários mecanismos – entrevista e checagem de antecedentes – que visam impedir o desembarque de indivíduos ligados a grupos terroristas em solo brasileiro.

“Não se pode descartar nenhuma hipótese. Nosso papel, como governo, é tomar as medidas cabíveis para garantir o respeito às leis e aos direitos humanos. Não haverá desvios. Temos que garantir que pessoas má intencionadas não busquem esse ingresso ao território nacional”, declarou o chefe da Divisão das Nações Unidas do Ministério das Relações Exteriores.

O diretor geral da Abin, Wilson Roberto Trezza, afirmou que, após cinco dias de debates sobre o tema, a confiança de que os Jogos Rio 2016 serão bem-sucedidos no que diz respeito à segurança é grande. “O país está mais bem preparado do que muitos imaginam”, afirmou. “Cumprimos o nosso objetivo, que foi fazer um levantamento prévio e um assessoramento às forças de segurança”, continuou.

Trezza garantiu que a qualidade do serviço de inteligência no Brasil é equiparada aos melhores serviços de inteligência do mundo, embora tenha lançado um alerta para uma legislação mais eficiente que ampare as ações da Abin. Ele lembrou ainda que o mundo árabe e o Islã não devem ser vistos como sinônimos de terrorismo e que o combate ao terror é feito “independentemente da religião ou nacionalidade”.

Por fim, Trezza adiantou que essa vigilância não se esgotará nos Jogos Rio 2016. “A preocupação com o terrorismo não tem prazo de validade e não será encerrada no último dia dos Jogos. O Brasil, como qualquer outro país, não está isento desse problema fora de um grande evento”, sentenciou.

Luiz Roberto Magalhães – brasil2016.gov.br