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Toronto 2015

13/08/2015 15h15

Toronto 2015

Rúgbi em cadeira de rodas brasileiro mostra evolução e vai atrás de resultado inédito

Seleção fará a semifinal do Parapan de Toronto contra os donos da casa, nesta quinta-feira
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Seleção Brasileira tentará superar o Canadá e alcançar a final do torneio, mas prioridade é ganhar rodagem. Foto: Fernando Maia/MPIX/CPB
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José Higino avisa que a meta do time brasileiro é fazer bonito nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016. Foto: Fernando Maia/MPIX/CPB
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Seleção Brasileira tentará superar o Canadá e alcançar a final do torneio, mas prioridade é ganhar rodagem. Foto: Fernando Maia/MPIX/CPB
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Seleção Brasileira tentará superar o Canadá e alcançar a final do torneio, mas prioridade é ganhar rodagem. Foto: Fernando Maia/MPIX/CPB
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José Higino avisa que a meta do time brasileiro é fazer bonito nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016. Foto: Fernando Maia/MPIX/CPB
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Debutante em Jogos Parapan-Americanos e um dos esportes favoritos dos donos da casa, o Brasil terá de superar a pressão da torcida para desbancar o Canadá na semifinal do rúgbi em cadeira de rodas. O confronto será nesta quinta-feira (13.08) às 18h45 (de Brasília). Na fase de classificação, em que todas as equipes jogam entre si, os canadenses levaram a melhor e fizeram 65 x 32. A outra disputa pela vaga na decisão será entre Estados Unidos e Colômbia.

Para o treinador Luiz Gustavo Pena, o principal objetivo é manter a terceira posição continental, conquistada nas últimas edições da Copa América. Ele sabe que a equipe ainda está a uma distância grande de canadenses, inventores da modalidade, e Estados Unidos, mas já vê este caminho encurtar. “Fizemos um primeiro período muito bom contra os EUA e a gente quer cada vez mais competir de igual para igual, visando a 2016, onde as melhores equipes do mundo estarão presentes”.

Com um sistema implantado por um treinador canadense, que ficou entre 2013 e 2014 auxiliando a equipe, Luiz Gustavo percebe uma padronização e um fortalecimento do time. “Além dos resultados em quadra, a gente conseguiu melhorar a nossa organização. Temos um grupo forte, não dependemos apenas dos quatro jogadores em quadra, as substituições acontecem a todo o momento e toda hora alguém pode entrar e decidir a partida”.

Agora, ele quer que a equipe ganhe mais rodagem. “Hoje, o que nos separa das grandes potências, dentre outras coisas, é a experiência de jogo. A gente tenta jogar o máximo de torneios possíveis para ir aprendendo e desenvolvendo”.

Para Davi Abreu, é importante a maior competitividade continental para a modalidade se desenvolver. “A gente vem conquistando um pouco mais de respeito e já conseguimos que Estados Unidos e Canadá deem o máximo contra nós. Eu gosto de ver como equipes novas como Chile e Colômbia vêm numa crescente muito grande. A América do Sul ganha muito com isso”, afirma o atleta da seleção, que faz parte de um projeto para esporte adaptado em Belo Horizonte para captação de novos praticantes da modalidade.

Assim que saiu de uma internação no Hospital Sarah Kubitscheck, em Brasília, José Higino procurou um time no Gama, cidade satélite do Distrito Federal, e dois meses depois participou de seu primeiro campeonato brasileiro. Vítima de um mergulho no mar em 2002, quando bateu com a cabeça em um banco de areia que o deixou tetraplégico, ele revela a meta nas Paralimpíadas do Rio em 2016.

“Nossa perspectiva, como somos novos no rúgbi em relação ao resto do mundo, é alcançar um sexto ou quinto lugar. A medalha é muito difícil porque o top 4 mundial é muito alto, mas a gente quer jogar bonito lá”.

Os treinamentos da seleção ocorrem na Associação Niteroiense de Deficientes Físicos, no Rio de Janeiro, por algumas semanas ao longo do ano. Da equipe que representa o Brasil no Parapan, oito jogadores são contemplados com a Bolsa Atleta do Ministério do Esporte. No total, a modalidade possui 31 beneficiados. Um investimento de mais de R$ 344 mil por ano.

Modalidade

A quadra do rúgbi mede 15m de largura por 28m de comprimento. Os jogos são divididos em quatro períodos de 8 minutos. O objetivo é anotar o maior número de gols, que acontece quando um jogador que tem a posse da bola toca com as duas rodas da cadeira a linha de fundo. O “gol” fica dentro de uma área demarcada por dois cones e que mede oito metros de comprimento.

A cada dez segundo o jogador deve quicar a bola, similar a de vôlei, ou passá-la para algum companheiro. Da defesa para o ataque o meio da quadra deve ser ultrapassado em 12 segundos e o gol deve ser feito em 40 segundos.

Assim como no rúgbi convencional, a modalidade tem muito contato físico e as cadeiras são adaptadas para suportar os choques. Além disso, neste esporte não há divisão por gênero, homens e mulheres podem competir pela mesma equipe.

Ao todo são quatro cadeirantes em quadra e mais oito reservas. Voltado para pessoas com tetraplegia, a classificação funcional no rúgbi está dividida em sete classes: 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5; 3,0; 3,5. Quanto menor o número, mais limitado é o atleta. Para garantir o equilíbrio das equipes, a soma das classes dos jogadores em quadra não pode ultrapassar o total de oito.

Gabriel Fialho, de Toronto - Ministério do Esporte