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Atletismo

04/09/2015 19h41

Aquece Rio

Quatro áreas operacionais são analisadas no evento-teste da canoagem

Desafio no Rio reúne 160 atletas de 30 países para avaliar tópicos como tecnologia, resultados e gerenciamento de competições. Quatro atletas fazem protesto e desistem de competir
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Evento-teste da canoagem reúne 160 atletas olímpicos e paraolímpicos de 30 países. Foto: Gabriel Heusi/Heusi Action/Brasil2016.gov.br
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Evento-teste da canoagem reúne 160 atletas olímpicos e paraolímpicos de 30 países. Foto: Gabriel Heusi/Heusi Action/Brasil2016.gov.br
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Evento-teste da canoagem reúne 160 atletas olímpicos e paraolímpicos de 30 países. Foto: Gabriel Heusi/Heusi Action/Brasil2016.gov.br
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Evento-teste da canoagem reúne 160 atletas olímpicos e paraolímpicos de 30 países. Foto: Gabriel Heusi/Heusi Action/Brasil2016.gov.br
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Evento-teste da canoagem reúne 160 atletas olímpicos e paraolímpicos de 30 países. Foto: Gabriel Heusi/Heusi Action/Brasil2016.gov.br
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Evento-teste da canoagem reúne 160 atletas olímpicos e paraolímpicos de 30 países. Foto: Gabriel Heusi/Heusi Action/Brasil2016.gov.br
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Evento-teste da canoagem reúne 160 atletas olímpicos e paraolímpicos de 30 países. Foto: Gabriel Heusi/Heusi Action/Brasil2016.gov.br
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Isaquias (D) alega problemas de repasses de recursos e afirma que atletas ficaram alojados em locais que consideram impróprios. Tomasini, da confederação, negou que os atletas estejam desassistidos e afirmou que pagamentos foram honrados. BNDES emitiu nota em que negou, também, que houve atrasos em pagamentos. Fotos: Gabriel Heusi/Heusi Action/Brasil2016.gov.br
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Foto: Gabriel Heusi/Heusi Action/Brasil2016.gov.br
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Foto: Gabriel Heusi/Heusi Action/Brasil2016.gov.br
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Em dia de ventos fortes e céu nublado no Rio de Janeiro, a abertura do Desafio Internacional de Canoagem Velocidade e Paracanoagem, nesta sexta-feira (04.09), marcou o início do segundo evento-teste para os Jogos Rio 2016 a ser realizado na Lagoa Rodrigo de Freitas – o primeiro foi o Mundial Júnior de Remo, no início de agosto. Dessa vez, 160 atletas olímpicos e paraolímpicos de 30 países disputam a competição.

“A gente tem aqui o teste oficial das áreas de tecnologia, resultados, gerenciamento de competição e gerenciamento de instalação. E aí tem o suporte de outras áreas, que é para se fazer o campeonato e que não estão com o seu processo olímpico em teste completo, que são premiações, comentaristas, a parte de mídia... Nós temos 54 áreas funcionais envolvidas”, disse Sebastian Cuattrin, gerente de competição da canoagem do Comitê Rio 2016.

De acordo com Cuattrin, o primeiro dia de evento foi bastante positivo. “Até o momento temos tudo sob controle, a única coisa que não está sob controle é o clima. Começou a ventar um pouquinho. A gente tem o monitoramento através do pessoal de meteorologia, que nos informa constantemente das alterações climáticas, mas até o momento o evento tem sido muito bom”, disse.

A opinião é ratificada pelo secretário-geral da Federação Internacional de Canoagem(ICF, na sigla em inglês), Simon Toulson. “Está indo muito bem. Já fizemos outros eventos aqui, sul-americanos, paralímpicos, estamos acostumados com a instalação. A melhor parte é que temos aqui os melhores do mundo. Eles estiveram há duas semanas no Mundial e agora estão aqui, e tudo está indo bem”, afirmou.

Algas

As principais ponderações dos atletas após o primeiro dia de competições foram em relação às algas na lagoa e às ondas nas raias. “Acho que a organização está trabalhando bem, mas temos que ter cuidado com as algas e acho que para o ano que vem poderia ser criada uma barreira para as ondas laterais”, disse o português Fernando Pimenta.

“Tem alga, mas isso é normal. Eu mesmo também peguei alga no Mundial (disputado em Milão, na Itália), o que me atrasou um pouco. Acho que a organização está muito boa. Acabamos de vir de um Mundial e a organização está bem parecida”, afirmou o paracanoísta Vander Rogério de Lima.

O secretário-geral da ICF, Simon Toulson, explicou que esse tipo de problema com algas é comum em eventos de canoagem e garantiu que isso não será uma preocupação para 2016. “Para o nosso esporte, essa é uma ocorrência comum. Isso não vai ocorrer nos Jogos Olímpicos porque teremos um longo tempo de preparação e vamos poder limpar o percurso”, disse.

A construção de barreiras quebra-ondas para minimizar o efeito das ondulações nas raias está sendo discutida, mas para Cuattrin é impossível ter 100% de controle em relação a isso. “É um esporte outdoor, então você está sujeito a fatores climáticos. A quantidade de ondas aqui é muito menor do que na final olímpica em Sidney, onde as ondas batiam no peito dos atletas e se fez uma final olímpica”, lembrou.

Para os atletas estrangeiros, a beleza da paisagem na Lagoa Rodrigo de Freitas e a localização central da instalação chamam a atenção. “A instalação é ótima porque é na cidade, no centro, e espero que esteja lotada no ano que vem”, disse o alemão Sebastian Brendel. “A paisagem é fantástica, entre as montanhas, próximo do centro do Rio. É fantástico porque normalmente a canoagem fica afastada. Já tive oportunidade de ir ao Pão de Açúcar e ao Cristo, lugares magníficos, e agora vou tentar usufruir das praias”, contou o português Fernando Pimenta.

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Foto: Gabriel Heusi/Heusi Action/Brasil2016.gov.br

Resultados

O melhor resultado do Brasil no primeiro dia foi com a dupla Edson Isaías da Silva (Edinho) e Hans Mallmann, que se classificou para a final principal do K2 200 metros. Eles terminaram a semifinal em terceiro, com o tempo de 35s488, atrás das duplas da Hungria e França.

Celso Dias competiu no K1 1000 metros e terminou em quinto, sem se classificar para a final. Ana Paula Vergutz ficou em quarto no K1 500 metros e também ficou fora da briga por medalha. Ana Paula ainda competiu no K2 500 metros em dupla com Cinara Camargo Barbosa. A dupla terminou na quinta colocação.

Neste sábado (05.09), serão realizadaas finais e cerimônias de entrega de medalhas das modalidades canoa e caiaque e eliminatórias das provas de 1000 e de 200 metros. As provas começam às 9h e terminam às 14h.

Protesto

O primeiro dia do Desafio Internacional de Canoagem também foi marcado pelo protesto de quatro canoístas brasileiros, entre eles Isaquias Queiroz dos Santos e Erlon Souza, campeões mundiais na prova C2 1000 metros. Junto de Nivalter Santos de Jesus e Ronilson Oliveira, Isaquías e Erlon se recusaram a competir no torneio por estarem em desacordo com a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa). 

“A equipe da canoa optou por não remar nesse campeonato e isso é uma forma de protesto para a Confederação respeitar os resultados que a gente vem dando para o Brasil”, disse Isaquias. Os atletas alegaram que o dinheiro do BNDES, patrocinador da CBCa, não foi repassado para eles nos últimos oito meses. Além disso, dizem que foram alojados em locais que consideram impróprios, na Escola de Educação Física do Exército, onde estariam sendo acordados por gritos e apitos às 5h.

Isaquias (D) alega problemas de repasses de recursos e afirma que atletas ficaram alojados em locais que consideram impróprios. Tomasini, da confederação, negou que os atletas estejam desassistidos e afirmou que pagamentos foram honrados. BNDES emitiu nota em que negou, também, que houve atrasos em pagamentos. Fotos: Gabriel Heusi/Heusi Action/Brasil2016.gov.br

“A gente vem há muito tempo negociando, mas não adianta. Se não fosse o Comitê Olímpico Brasileiro, o Ministério do Esporte e os nossos patrocinadores oficiais, hoje não teria festa, não teria dois campeões mundiais e nem as vagas para as Olimpíadas. Se não tivesse Bolsa Atleta, não teria esses atletas e nem outros atletas no Brasil. Não queremos posar de rebeldes, mas queremos que entendam o nosso lado”, afirmou Nivalter de Jesus.

O presidente da CBCa, João Tomasini, negou que os atletas estejam desassistidos. Segundo ele, o repasse do BNDES atrasou em função de uma licença ambiental necessária para viabilizar o projeto, mas o dinheiro dos atletas foi assumido pelo COB e está sendo pago normalmente.

“Eu estranho a posição deles, que é individual e lamentável. Eles estão entendendo mal a situação. O BNDES nos patrocina através de projetos e esse projeto atrasou por causa de um documento ambiental. O Comitê Olímpico cobriu e cada um deles recebeu um valor idêntico durante esses oito meses e a partir de agora o dinheiro foi liberado”, disse. Quanto ao alojamento dos atletas, o presidente lembrou que os atletas da vela também ficaram na Escola de Educação Física do Exército durante o evento-teste da modalidade.

Em nota oficial, o Ministério do Esporte informou que“espera que atletas e dirigentes da canoagem de velocidade retomem a harmonia para que toda a energia esteja voltada à preparação rumo aos Jogos Rio 2016. O grande apoio dado à modalidade pelo Governo Federal vem se transformando em resultados esportivos extraordinários. Por esse motivo, o Ministério credita um voto de confiança e espera que a situação volte à normalidade o mais breve possível”.

Também em nota oficial, o BNDES se posicionou sobre o tema, no início da noite. Confira a íntegra:

"Não há, ao contrário do que alegaram alguns atletas da equipe brasileira de Canoagem, nenhum atraso no pagamento de suas remunerações. Um acordo firmado entre a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) e o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) permitiu que não houvesse interrupção do programa de treinamentos destes atletas — nem quanto ao pagamento de bolsas-auxílio, que está absolutamente em dia, nem quanto às condições de treinamento — enquanto um projeto específico para os atletas de canoa estava em tramitação no Ministério do Esporte e no BNDES.

Atendendo a um pedido do treinador da equipe de Canoa, o BNDES acolheu um projeto para que os atletas dessa modalidade fiquem concentrados em Lagoa Santa (MG), separados dos atletas de Velocidade. O projeto teve a tramitação prolongada no Banco em razão de atraso na liberação de licença ambiental e autorização de uso por parte da municipalidade de Lagoa Santa. No período da tramitação, o mencionado acordo entre a CBCa e o COB assegurou que o pagamento dos benefícios aos atletas fosse mantido na mais absoluta normalidade, sem atraso ou redução.

Neste momento, o projeto está aprovado, contratado, e os recursos disponíveis para aplicação nas despesas previstas, inclusive o pagamento de bolsas. Os atletas já têm em mãos o contrato de que precisam para firmar o recebimento de auxílio pelos próximos doze meses.

O BNDES é o patrocinador oficial da canoagem brasileira desde 2011, e apoia projetos aprovados no âmbito da Lei de Incentivo ao Esporte. Entre as iniciativas apoiadas pelo Banco, estão as equipes permanentes de Canoagem Slalom, em Foz do Iguaçu (PR); Canoagem Velocidade, em Curitiba (PR); Paracanoagem, em São Paulo (SP); e Canoa, em Lagoa Santa (MG).

Nestes últimos quatro anos, a modalidade conseguiu importantes conquistas e tem sido reconhecida, inclusive internacionalmente. No Campeonato Mundial de Canoagem e Paracanoagem, disputado em Milão, em agosto, o Instituto da Federação de Canoa e Caiaque da Itália premiou a CBCa com o Prêmio de Crédito Esportivo, voltado para o estímulo ao esporte em países em desenvolvimento. A premiação foi concedida pela crescente evolução da canoagem brasileira na competição: o Brasil foi o maior pontuador dentre os integrantes do G-20 no Mundial.

Mateus Baeta - Brasil2016.gov.br