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22/09/2019 21h54

Skate

Pamela Rosa e Rayssa Leal garantem dobradinha no Mundial de Skate Street

Pamela é campeã e Rayssa, de apenas 11 anos, vice no torneio disputado em São Paulo. No masculino, Kelvin Hoefler fica em quarto lugar

Com ótimo público, o Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, recebeu neste domingo (22.09) as finais feminina e masculina do Mundial de Skate Street, competição mais importante da primeira janela olímpica da modalidade. Com três representantes entre as mulheres, o Brasil garantiu a dobradinha no pódio com Pamela Rosa e Rayssa Leal, campeã e vice. Outra brasileira na decisão, Gabi Mazetto terminou em sexto. Entre os homens, Kelvin Hoefler bateu na trave e não conseguiu chegar entre os três melhores, terminando na 4ª colocação.

A prova decisiva seguiu a mesma fórmula de disputa das quartas e semifinais: cada atleta tinha direito a duas descidas, de 45 segundos cada, além de cinco tentativas de manobra. No fim, as quatro melhores notas entre as sete obtidas eram somadas para formar a pontuação definitiva. Pamela e Rayssa disputaram o ouro descida a descida, mas uma manobra impecável na quarta tentativa, que recebeu dos juízes a nota 7.8, a mais alta de toda a prova, garantiu a atleta de São José dos Campos (SP) o alto do pódio, com pontuação total de 25.2. A pequena Rayssa, de apenas 11 anos, terminou com 24.3 pontos, seguida pela japonesa Aori Nishimura, com 21.6.

Pamela com Rayssa no pescoço: Brasil ficou com os dois primeiros lugares no pódio em São Paulo. Foto: Pedro Ramos/ rededoesporte.gov.br

“As meninas estavam muito boas, a Rayssinha veio com tudo. A torcida foi sensacional, São Paulo é o lugar. Só tenho a agradecer a todo mundo, estou muito feliz. Conquistar esse título aqui foi muito bom”, afirmou Pamela, emocionada. A campeã dedicou o título a quem chamou de “Tio Maninho”, familiar que sofreu um infarto e faleceu na noite anterior. Apesar deste ser o torneio que ofereceu mais pontos na corrida para Tóquio 2020 este ano, a skatista fez questão de manter os pés no chão. “Estou focada nos campeonatos. Só vou falar que estou nas olimpíadas quando estiver lá no Japão. Estou focada nos torneios que vamos ter no Brasil e nos Estados Unidos para representar muito bem o meu país”, afirmou.

“As meninas estavam muito boas, a Rayssinha veio com tudo. A torcida foi sensacional, São Paulo é o lugar. Só tenho a agradecer a todo mundo, estou muito feliz. Conquistar esse título aqui foi muito bom”
Pamela Rosa

Xodó da torcida brasileira, Rayssa Leal não conseguia esconder a satisfação com o vice-campeonato em casa. “Eu vim para cá para me divertir. Sim, pensei no primeiro lugar, mas ter ficado no pódio é como se fosse uma vitória para mim. É uma energia muito boa, espero que a gente tenha mais etapas da Street League aqui”, disse. Apesar da pouca idade, a atleta nascida em Imperatriz (MA) sabe que já serve de modelo para muitos jovens apaixonados por skate. “Várias pessoas me mandam mensagens, no Instagram mesmo, e dizem que eu sou uma inspiração, que sou ídola. Isso me deixa feliz”, destacou.

Entre os homens, em final de altíssimo nível técnico, Kelvin Hoefler acabou pagando o preço por uma segunda volta ruim e, apesar de ultrapassar a barreira dos nove pontos – entrando para o Nine Club, como é conhecido no skate – por duas vezes durante as tentativas de manobra, terminou na 4ª posição, com 26 pontos. O título ficou, pela terceira vez consecutiva, com o americano Nyjah Huston, que marcou 36.9. O japonês Yuto Horigome, com 36.6, e o português Gustavo Ribeiro, com 36.2, completaram o pódio. Para se ter ideia do quanto a decisão foi acirrada, 14 notas acima dos nove pontos foram conquistadas pelos finalistas.

Pelos critérios estabelecidos para as Olimpíadas, o Brasil poderá contar com até 12 atletas em Tóquio - três no Park Feminino, três no Park Masculino, três no Street Feminino e três no Street Masculino. A participação dependerá do desempenho dos brasileiros ao longo das duas janelas classificatórias estabelecidas pela World Skate para a corrida olímpica. A primeira se encerrou neste domingo, com o fim do Mundial de Street. O segundo ciclo ocorre de amanhã, 23 de setembro, a 31 de maio de 2020.

Mundial de Skate Street  

“Eu vim para cá para me divertir. Sim, pensei no primeiro lugar, mas ter ficado no pódio é como se fosse uma vitória para mim"
Rayssa Leal

Investimento

Atualmente, seis esportistas da modalidade Street são apoiados pelo Bolsa Atleta, da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania: Gabriela Mazetto, Vitoria Mendonça, Gustavo Picaski, Luiz Marchiori, Tiago Antunes e Victor de Mello, em investimento total de R$ 66,6 mil no ano.

Outros 11 skatistas, tanto do Street quanto do Park, recebem o Bolsa Pódio: Dora Varella, Letícia Buffoni, Yndiara Asp, Pamela Rosa, Felipe Gustavo, Kelvin Hoefler, Luan Vilanova, Murilo Peres, Pedro Barros, Tiago Lemos e Carlos Eduardo Ribeiro, em investimento que totaliza R$ 1,4 milhão em 2019. Desde 2008, foram concedidas 128 bolsas para atletas da modalidade, o que representa um investimento de R$ 2,1 milhões.

Pedro Ramos, de São Paulo - rededoesporte.gov.br