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Polo aquático

25/06/2019 15h20

Polo Aquático

Nos EUA, Seleção Brasileira de polo aquático inicia preparação para o Mundial de Gwangju

Equipe masculina competirá em julho na Coreia do Sul com foco nos Jogos Pan-Americanos de Lima, onde o time espera conquistar a vaga para Tóquio 2020

A seleção brasileira masculina de polo aquático desembarcou nesta terça-feira (25.06) em Los Angeles, nos Estados Unidos, onde a equipe, sob o comando do técnico Ricardo Azevedo, o Rochinha, inicia a preparação para o Mundial de Desportos Aquáticos de Gwangju, na Coreia do Sul, a ser disputado entre 12 e 28 de julho.

Com um time renovado em relação ao que competiu em casa nos Jogos Olímpicos Rio 2016, o Brasil estreia no Mundial no dia 14 de julho, quando faz sua primeira partida no grupo D, contra a Itália. No dia 16, os brasileiros enfrentam a Alemanha e, no dia 18, fecham sua participação na fase de grupos, contra o Japão.

#PraCegoVer: O treinador da Seleção Brasileira masculina de polo aquático, Ricardo Azevedo, segura um microfone e fala durante uma competição
Ricardo Azevedo: desafio é levar um time renovado à conquista da vaga para Tóquio 2020. Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA
"O nosso objetivo não é necessariamente o Mundial e, sim, o Pan-Americano. Então, em todas as partidas do Mundial vamos trabalhar em certos aspectos específicos que ajudarão a gente no Pan-Americano"
Ricardo Azevedo, técnico da Seleção Brasileira masculina de polo aquático

Pai de Tony Azevedo, norte-americano nascido no Rio, prata nas Olimpíadas de Pequim 2008 pelos Estados Unidos, cinco vezes campeão dos Jogos Pan-Americanos (1999, 2003, 2007, 2011 e 2015) e considerado um dos melhores jogadores deste século, Rochinha não esconde que a seleção brasileira competirá na Coreia com o objetivo de usar o Mundial como mais uma etapa na preparação para o principal torneio do ano para o grupo: os Jogos Pan-Americanos de Lima.

No Peru, o Brasil vai tentar a classificação para as Olimpíadas de Tóquio 2020, já que o campeão garante vaga para os Jogos do Japão. "O nosso objetivo não é necessariamente o Mundial e, sim, o Pan-Americano. Então, em todas as partidas do Mundial vamos trabalhar em certos aspectos específicos que ajudarão a gente no Pan-Americano", diz Rochinha.

Grupo forte

O treinador fez uma análise do caminho do Brasil na Coreia do Sul. "Estreamos contra a Itália, que é um time muito forte, foi medalhista em 2016 (bronze) e tem um time mais ou menos renovado, com uns três ou quatro jogadores novos, mas que tem um núcleo muito forte", detalha.

"Com a Itália, temos realmente que nos preparar para o contra-ataque. É um time que tem um contra-ataque muito bom e que usa múltiplas defesas. Então, para nós, isso é muito importante", prossegue.

"Depois, temos a Alemanha, que está sempre na jogada, mas não tem um resultado de medalha há mais de 20 anos. Mas é uma equipe que está sempre entre quarto e oitavo do mundo. É um time forte, com bons chutadores e que joga mais pesado, muito para o centro. Eles jogam muito por zona", revela.

"O último time é o Japão, que nos últimos quatro ou cinco anos tem realmente crescido muito, inclusive batendo Montenegro e batendo os Estados Unidos. É um time que joga de uma maneira totalmente ortodoxa, não joga da maneira normal que é conhecida pelo mundo. Eles jogam com uma defesa bem diferente. Conheço bem, porque quando eu era técnico da China joguei mais de 11 jogos contra o Japão. Eles pressionam o tempo todo, têm ótimos chutadores e são provavelmente o time mais veloz do mundo", elogia.

#PraCegoVer: O goleiro da Seleção Brasileira masculina de polo aquático, Slobodan Soro, segura a bola com uma das mãos na preparação para um arremesso
O goleiro Slobodan Soro, um dos quatro remanescentes do time que defendeu o Brasil nas Olimpíadas Rio 2016. Foto: Satiro Sodré/SSPress

Renovação

O Brasil levará para a Coreia uma equipe formada pelos seguintes jogadores: Slobodan Soro, João Pedro Fernandez, Ruda Franco, Heitor Carullo, Luis Ricardo Silva, Rafael Vergara, Pedro Vergara, Guilherme Leiva, Bernardo Reis, Gustavo Guimarães, Gustavo Coutinho, Roberto Freitas e Logan Wolverine.

Do grupo, apenas o goleiro principal, Slobodan Soro, o defensor Bernardo Reis e os atacantes Ruda Franco e Gustavo Guimarães disputaram as Olimpíadas no Rio de Janeiro.

"A nossa expectativa no Mundial é apenas fazer bons jogos contra todos", afirma Rochinha. "Logicamente, qualquer time e qualquer técnico tem a expectativa de avançar o máximo possível. Mas temos uma equipe em que só permaneceram quatro jogadores do time da Olimpíada do Rio. É um time novo, um time ainda bem inexperiente, que jogou pela primeira vez juntos na copa Uana (este ano)", ressalta.

"O que nós queremos fazer é crescer a cada jogo, jogar o maior número de jogos duros possíveis e, com isso, fortalecer a preparação para o Pan-Americano para poder buscar a classificação para as Olimpíadas de Tóquio. Queremos fazer um bom jogo contra a Itália, que será bem difícil, e depois ir atrás da Alemanha e do Japão".

Na reta final de preparação para o Mundial de Gwangju, a Seleção Brasileira terá dias movimentados pela frente, com treinamentos na Califórnia e na China. "Nós ficamos nos Estados Unidos até o dia 2 de julho. Neste período, vamos fazer sete treinamentos com o time da Universidade de UCLA, que é a campeã nacional e tem vários jogadores estrangeiros. Jogamos dois amistosos contra UCLA e fazemos seis treinamentos contra a equipe nacional americana", revela Rochinha.

"No dia 3 de julho, nós vamos para a China e do dia 4 ao dia 11 treinamos no Shanghai Olympic Center, onde vamos treinar com a China para aclimatar. Depois disso, vamos para a Coreia para disputar o Mundial e, de lá, vamos para o Peru, para o Pan, entre os dias 29 de julho e 10 de agosto", encerra o treinador.

Investimentos

Dos 13 convocados para o Mundial de Gwangju, nove são beneficiados pelo Bolsa Atleta do Governo Federal, o maior programa de patrocínio individual do mundo. Bernardo Reis, Gustavo Guimarães e Slobodan Soro recebem o benefício na categoria olímpica; Guilherme Leiva, Gustavo Coutinho, Pedro Vergara e Roberto Freitas estão na categoria internacional; e Logan Wolverine e Ruda Franco são bolsistas da categoria nacional. O investimento anual nesses atletas é de R$ 222,6 mil. 

No total, 184 atletas são apoiados atualmente pelo Bolsa Atleta, fruto de um investimento anual de R$ 2,6 milhões.

Luiz Roberto Magalhães - rededoesporte.gov.br