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Atletismo paralímpico

06/11/2019 15h34

Mundial de Atletismo Paralímpico

Mundial de Atletismo Paralímpico terá a maior delegação brasileira da história

Competição começa nesta quinta-feira (7.11), em Dubai, com 43 atletas do Brasil. São 29 homens e 14 mulheres. Provas terão transmissão ao vivo, a partir das 12h, no horário de Brasília

O Campeonato Mundial de Atletismo Paralímpico começa a ser disputado nesta quinta-feira (07.11), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Até o próximo dia 15, cerca de 1.400 atletas, de 120 países, competirão em 172 provas nesta que será a nona edição do evento. 

O Brasil contará com 43 competidores, de 17 estados e do Distrito Federal, que integram a maior delegação nacional em um Mundial da modalidade. As disputas serão no Dubai Club for People of Determination e a competição será transmitida pelos canais SporTV.  No total, serão quase 30 horas de transmissão ao vivo do campeonato, com início nesta quinta-feira, no SporTV 2. No primeiro dia, as provas começam a partir das 12h, no horário de Brasília, com a transmissão das disputas noturnas em Dubai.

Brasileiros treinam antes da estreia em Dubai. Foto: Daniel Zappe/Exemplus/CPB
 

Ariosvaldo da Silva, o Parré, disputará as eliminatórias dos 100m T53 (cadeirante), Ketyla Teodoro e Viviane Ferreira competirão nos 400m T12 (baixa visão) e Júlio Cesar Agripino representará o Brasil nos 1.500m T11. Nas provas de campo, Alessandro Rodrigo fará a final do arremesso de peso F11. 

Antes disso, no entanto, outros brasileiros já terão estreados no Mundial. Pela manhã em Dubai (madrugada de quinta-feira no Brasil), Rayane Soares disputará as eliminatórias dos 400m da classe T13 (baixa visão), Leonardo Melo correrá os 100m T54 (cadeirante) e Jhulia Karol e Thalita Simplício disputarão 400m T11 (cegos). Essas provas não serão exibidas ao vivo pelos canais SporTV. 

Time diversificado 

Todas as regiões do Brasil estão representadas neste Mundial de Atletismo. O Sudeste é o responsável pelo maior número de atletas, com 19 participantes. O Nordeste tem a segunda maior representatividade, com nove competidores, seguido pelo Norte, com oito. O Centro-Oeste (quatro) e o Sul (três) também têm integrantes.  

Os 43 atletas estão divididos entre 29 homens e 14 mulheres. Por deficiência, a equipe brasileira é composta por 26 pessoas com limitações físicas. Dezesseis deficientes visuais e um deficiente intelectual também compõem o elenco. Doze atletas-guia estarão à disposição dos atletas em Dubai. 

Quase um terço da Seleção Brasileira é formada por atletas jovens, com até 23 anos. Muitos deles já têm familiaridade com o pódio, como o paraibano Petrucio Ferreira, recordista e campeão mundial dos 100m T47; o paulista Daniel Martins (T20), recordista e bicampeão mundial dos 400m T20 (para deficientes intelectuais); e a paulista Verônica Hipolito, que faturou a prata nos 100m e o bronze nos 400m T38 (para paralisados cerebrais) nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Todos têm 23 anos.  

Um dos destaques brasileiros é Petrucio Ferreira, que participará do seu terceiro Mundial. “Minha meta aqui em Dubai é defender meu título Mundial de Londres 2017 e subir ao degrau mais alto do pódio nos 100m e nos 400m. Esta última prova não é minha especialidade, mas treinei e já fui campeão nos Jogos Parapan-Americanos de Lima. Sei que aqui será mais difícil, pois é nível mundial”, comentou o atleta da classe T47, que amputou a mão esquerda em uma máquina de moer capim aos 2 anos. Petrucio correrá os 400m nesta sexta-feira (8.11) e os 100m neste domingo (10.11). 

Calor 

Não é a primeira vez que o Mundial de Atletismo Paralímpico é sediado no Oriente Médio. Há quatro anos, a competição foi realizada em Doha, no Catar. Na ocasião, o Brasil foi representado por 40 atletas, que conquistaram 35 medalhas, o que rendeu a sétima colocação na classificação geral do evento. Na Seleção Brasileira que competirá em Dubai há 20 atletas que estiveram no Mundial de Doha. 

Um dos desafios é preparar os atletas para o calor intenso de Dubai. “Junto com os profissionais da área de ciência esportiva e médica, nós temos um acompanhamento diário da hidratação com água o tempo todo e com frutas entre as refeições. Isso influencia os resultados, porque aqui é muito quente e os atletas podem ficar com tontura e fraqueza devido à perda de sais minerais, o que também aumenta o risco de lesão. Em 2015, em Doha, foi nosso maior alerta. Vimos que os atletas não se hidratavam nem dormiam como deveriam, então aumentamos nossa fiscalização na rotina deles aqui em Dubai”, explicou Amaury Verissimo, técnico-chefe da modalidade. 

Em agosto deste ano, 60 competidores do atletismo participaram dos Jogos Parapan-Americanos de Lima. Eles conquistaram 82 medalhas, sendo 33 de ouro, 26 de prata e 23 de bronze. Foi a segunda modalidade mais laureada na capital peruana, atrás apenas da natação. Estarão em Dubai 36 dos atletas brasileiros que competiram no Peru, 32 dos quais subiram ao pódio no evento continental. 

A última edição do Mundial de Atletismo foi realizada em julho de 2017, em Londres. Nesta competição, o Brasil ficou no nono lugar do quadro geral de medalhas. A equipe nacional foi composta por 25 atletas e conquistou 21 medalhas, sendo oito de ouro, sete de prata e seis de bronze. O melhor desempenho do Brasil em um Mundiais aconteceu em Lyon, em 2013, quando 40 medalhas foram conquistadas: 16 ouros, 10 pratas e 14 bronzes.  

Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro