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Boxe

16/10/2018 22h54

BUENOS AIRES 2018

Keno Machado vence, garante prata e briga pelo ouro na final do boxe

Na categoria até 52kg, Luiz Oliveira disputa o bronze nesta quarta-feira (17)

Antes de subir ao ringue nos Jogos Olímpicos da Juventude, o técnico Mateus Alves disse para o baiano Keno Machado: “Aqui é a tua casa. Vai e dá aula de boxe”. As palavras acalmaram o jovem de 18 anos e, como todos os garotos obedientes, ele fez o que o professor pediu: deu aula. Pugilista muito técnico, Keno foi para cima, não deu espaço para o tailandês Weerapon Jongjoho e venceu por decisão unânime na categoria até 75kg, por 3 a 0 (10/9, 10/9 e 10/9). Com a prata garantida, o brasileiro briga nesta quarta-feira (17.10) pelo ouro inédito do boxe nacional nos Jogos Olímpicos contra o argelino Farid Douibi.

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Foto: Danilo Borges/Rededoesporte.gov.br

Keno garantiu o pódio para o Brasil de forma incontestável. O baiano de Sapeaçu aplicou toda a sua técnica no combate. Manteve a distância ideal do tailandês, conseguiu frustrar as pretensões do adversário na longa distância, e na curta acelerava a sequência de golpes. Assim, conseguiu durante os três rounds deixar o adversário sem saída. 

“Estou emocionado, pois é um resultado expressivo para a nossa modalidade. Foi uma luta difícil, porque foi a minha estreia nos Jogos Olímpicos. Tenho um repertório bom e só faltava colocar em prática durante a luta. Mesmo com toda a tensão, consegui reproduzir minha qualidade, tudo o que venho treinando durante todos esses anos. Estou contente pela oportunidade de disputar o título e espero garantir o ouro para o Brasil”, disse o pugilista.

Com 18 anos, Keno deu os primeiros golpes aos 13, no interior da Bahia. Não demorou para ser descoberto por um treinador de São Paulo, que lhe garantiu a estrutura para evoluir. Nas categorias de base foi campeão brasileiro cadete duas vezes seguidas. Hoje, cursa a faculdade de educação física e, mesmo sendo atleta juvenil, integra a seleção principal desde janeiro. 

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Foto: Danilo Borges/Rededoesporte.gov.br

“Ele é um atleta com muito talento. Já é da seleção principal e temos confiança no desenvolvimento dele no ringue. O garoto saiu de um projeto social no interior da Bahia. Hoje, consideramos ele muito técnico. No Campeonato Mundial ele perdeu a segunda luta para o russo, porque não conseguiu fazer o boxe dele. Aqui em Buenos Aires conseguiu lutar da forma correta, impondo o sua técnica”, disse o técnico.

Briga pelo bronze

O jovem pugilista Luiz Oliveira, o Bolinha, 17 anos, fez a outra luta do dia. Ele foi superado pelo tailandês Sarawut Sukthet, na categoria até 52kg. Mesmo com a derrota, o sonho do neto de Servílio de Oliveira de colocar a família de volta ao pódio Olímpico após 50 anos ainda não acabou.

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Foto: Danilo Borges/Rededoesporte.gov.br

Luiz terá nova oportunidade de escrever mais um capítulo dos Oliveiras no boxe olímpico nesta quarta-feira (17.10). Ele volta ao ringue contra o irlandês Dean Patrick Clancy para tentar a medalha da mesma cor da conquistada pelo seu avô nos Jogos Olímpicos do México, em 1968.

O combate contra o tailandês foi apertado. Agressivo e rápido, Sarakut aproveitou os dois primeiros rounds para executar golpes consistentes e, nas oportunidades, agarrar o brasileiro sem deixar os contra-ataques. A estratégia funcionou. Só no terceiro round Bolinha conseguiu encontrar uma distância perfeita para executar os jabs e ganchos, mas já era tarde. Os juízes deram a vitória para Sarawut por 2 a 1 (10/9, 10/9 e 9/10).

Na avaliação de Bolinha, o tailandês amarrou a luta e não deixou ele mostrar seu potencial. “O adversário fez muitas faltas. Ele ficava me agarrando toda hora e não consegui fazer a luta certa. Mas está bom, não tem problema. Agora vou focar no bronze”, disse.

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Foto: Danilo Borges/Rededoesporte.gov.br

Para o treinador do brasileiro, Mateus Alves, foi um combate de dois grandes nomes do boxe na atualidade. “O tailandês é campeão asiático. Foi uma luta embolada, vamos analisar com calma quais foram os erros, para amanhã garantir o bronze. O atleta tem que estar acostumado com a vitória e com a derrota, faz parte dos Jogos. É assim. Tem que levantar a cabeça e amanhã vamos lutar pelo bronze”, disse.

Breno Barros, de Buenos Aires, na Argentina – Rededoesporte.gov.br