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Judô

15/07/2019 12h26

Budapeste

Em último teste para Pan e Mundial, Mayra Aguiar bate japonesa e é ouro no Grand Prix

Brasil fechou competição com dois ouros, duas pratas e segundo lugar no quadro geral de medalhas

A judoca brasileira Mayra Aguiar ampliou sua coleção de medalhas no Circuito Mundial IJF ao conquistar, no último domingo (14.07), na Hungria, o título do Grand Prix de Budapeste na categoria meio-pesado feminina (78kg). Foi a quinta medalha da brasileira na temporada 2019. O Brasil já havia subido no lugar mais alto do pódio da competição com o ouro de Rafaela Silva, e ainda levou duas pratas com Ketleyn Quadros (63kg) e João Macedo (81kg). Assim, o país fechou o torneio em segundo lugar no quadro geral de medalhas, perdendo apenas para o Japão, que teve cinco ouros e três pratas em Budapeste.

#PraCegoVer: Fotografia mostra a judoca Mayra Aguiar mordendo a medalha de ouro conquistada no Grand Prix de Budapeste
Foto: CBJ/Divulgação

De volta ao palco onde sagrou-se bicampeã mundial em 2017, Mayra mostrou que realmente se sente em casa na capital húngara e não deu chances às adversárias. "Foi um dia maravilhoso. Relembrei o Mundial de 2017, saindo, mais uma vez, com o ouro. Então, é um gostinho muito especial mesmo", comemorou a gaúcha.

Na estreia, ela derrotou Fei Chen, da China, com um waza-ari, e foi soberana diante da jovem Patrícia Sampaio, de Portugal, vencendo-a por ippon nas quartas-de-final. A semifinal foi uma prévia do que Mayra pode esperar nos Jogos Pan-Americanos de Lima, já que enfrentou a cubana Kaliema Antomarchi, sua principal adversária na Pan-América nos últimos anos desde que a norte-americana Kayla Harrison pendurou o quimono. Sem maiores ameaças, Mayra entrou agressiva e liquidou o duelo com um ippon para encontrar, na final, a japonesa Ruika Sato, número 7 do mundo.

Paciente e atenta, a brasileira preferiu não se expor e apostou na tática para dominar a pegada. Antecipou ataques e forçou três punições por passividade para vencer mais um duelo contra a japonesa. Completaram o pódio a cubana Antomarchi e a britânica Natalie Powell, com os bronzes.

"Enfrentei adversárias duríssimas, possíveis adversárias tanto nos Jogos Pan-Americanos, quanto no Mundial. Por isso, eu já entrei nessa competição sabendo que seria um ótimo treinamento também para as duas principais competições do ano. Estou saindo daqui super feliz, empolgada e com muita vontade", analisou Mayra ao final do dia.

Budapeste foi sua última competição antes do Pan e do Mundial. Em Lima, Mayra lutará no dia 11 de agosto e, em seguida, embarcará para o Japão com a seleção para lutar o Campeonato Mundial de Tóquio no dia 31 de agosto.

Duas pratas

No último sábado (13), o Brasil levou duas medalhas de prata no Grand Prix. A dobradinha veio com Ketleyn Quadros (63kg) e João Pedro Macedo (81kg). Em preparação para representar o Brasil no Mundial de Tóquio, Ketleyn Quadros mostrou segurança nos golpes e passou bem pelas preliminares. Venceu Lubjanan Piovesana (Grã-Bretanha), Edwige Gwend (Itália), Karolina Talach (Polônia), Dena Pohl (Alemanha) e Szofi Ozbas (Hungria).

#PraCegoVer: Fotografia mostra a brasileira Ketleyn Quadros e outras três judocas no pódio do Grand Prix
Foto: Gabriela Sabau/IJF

Na final, encarou a japonesa Masako Doi em combate estratégico que terminou sem pontuações no placar. Ketleyn defendeu bem os poucos ataques da japonesa, que já havia sido punida duas vezes por pegada irregular, mas acabou sofrendo três punições. "Uma medalha no Circuito Mundial a essa altura traz confiança para o Mundial no sentido de mostrar que estamos no caminho certo na preparação", avaliou Ketleyn, que somou mais 490 pontos na ranking mundial e busca uma classificação para a sua segunda Olimpíada.

Já João Pedro Macedo conquistou sua primeira medalha no Circuito. O meio-médio chegou à final de uma categoria que contava com alguns dos top 10 do mundo, como Sagi Muki, Frank de Wit, Ivailo Ivanov e até o campeão olímpico Khasan Khalmurzaev. Todos eles ficaram pelo caminho e a final acabou sendo protagonizada por duas surpresas: o brasileiro e o georgiano Tato Grigalashvili, de apenas 19 anos.

Depois de passar por Timo Cavelius (Alemanha), Jim Heijman (Holanda), Antonio Esposito (Itália) e Ruslan Mussayev (Cazaquistão), João encarou o dominicano Madickson Del Orbe na semifinal e não teve vida fácil. Sofreu um waza-ari, mas conseguiu buscar o ippon para se garantir na final. Na luta pelo ouro, porém, o brasileiro não conteve os eficazes ataques de Grigalashvili e caiu de waza-ari duas vezes. Apesar da derrota, a prata teve um quê de especial para o judoca.

"Esta é minha primeira medalha em Grand Prix. Estou muito agradecido por tudo o que aconteceu hoje. Consegui fazer boas lutas e agora o treinamento segue para os próximos desafios. Agradeço aos meus parceiros de treino, meu clube, minha família, amigos que me apoiam e a Deus também", comemorou o atleta.

Pan e Mundial 

Em Budapeste, o Brasil ainda teve os quintos lugares de Eleudis Valentim (52kg), Maria Portela (70kg) e Beatriz Souza (+78kg), além dos sétimos de Larissa Pimenta (52kg) e Maria Suelen Altheman (+78kg). Ou seja, todas as judocas convocadas para o Mundial chegaram ao bloco final de disputas por medalhas do Grand Prix. O evento encerrou as ações internacionais de preparação da equipe planejadas pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ) em parceria com o Comitê Olímpico do Brasil (COB).

A seleção brasileira de judô retorna ao Brasil nesta segunda-feira (15) e se apresenta em São Paulo para dois dias de concentração, onde se reunirá com toda a comissão técnica para os ajustes finais antes de Lima e Tóquio. No dia 6 de agosto, a equipe partirá para Lima e, no dia 12, para a aclimatação em Hamamatsu, no Japão, até o Mundial.

Fonte: Confederação Brasileira de Judô (CBJ)