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Canoagem

25/09/2018 12h34

Canoagem Slalom

Confiante, Ana Sátila espera surpreender no Campeonato Mundial do Rio de Janeiro

Com duas medalhas no Mundial de 2017, atleta mineira sonha com pódio e quer dar novo significado a uma competição em Deodoro, depois de frustração nos Jogos Rio 2016

Ana Sátila, referência da canoagem slalom brasileira. Foto: André Motta/Heusi Action

Se na canoagem velocidade Isaquias Queiroz é o grande nome do Brasil, nas corredeiras da slalom a jovem Ana Sátila é a referência. De promessa como atleta mais jovem da delegação nacional nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, a atleta já se consolida, aos 22, como principal talento do país na modalidade. A mineira de Iturama vem ano após ano quebrando marcas e é a principal aposta do país no Mundial de Canoagem Slalom do Rio de Janeiro, que segue até domingo (30.09) no Canal Olímpico de Deodoro, com entrada gratuita para o público.

“Estou muito feliz com o a temporada de 2018. Estou me dedicando ao máximo para conseguir uma medalha para o Brasil aqui no Mundial do Rio”
Ana Sátila

A história dela com a canoagem slalom teve início em Primavera do Leste (MT), quando tinha nove anos. Aos poucos, chamou a atenção dos técnicos pelo seu desempenho. Em 2012, mudou-se para Foz do Iguaçu para ingressar na seleção permanente que treinava no Canal de Itaipu. Em poucos meses, teve a primeira experiência olímpica, durante os Jogos de Londres 2012. 

"A paixão pelo esporte foi herdada de meu pai. Ele sempre foi um atleta amador. Começou treinando eu e a minha irmã na natação, esporte favorito dele. Quando eu tinha nove anos, conheci a canoagem e foi uma paixão. A rotina na natação era difícil. Comecei a me dedicar com apoio da família", recorda Ana.

A experiência de Londres foi o divisor de águas. O esporte virou profissão. No ano de 2013, Ana Sátila foi medalha de bronze no Mundial Júnior em Liptovsky Mikulas, na Eslováquia, pela categoria C1 Feminino. No ano seguinte mostrou porque era considerada uma promessa e faturou a medalha de ouro no Mundial Júnior realizado em Penrith, na Austrália.

Em 2015, passou a disputar o Mundial Sub-23. Durante o evento em casa garantiu uma medalha de prata em Foz do Iguaçu. Em Toronto, nos Jogos Pan-americanos de 2015, ouro e prata pelo C1 e K1 feminino. Para finalizar a temporada: bronze no C1 feminino na primeira etapa da Copa do Mundo de Canoagem Slalom, na República Tcheca.

Quatro anos depois da experiência em Londres, Ana Sátila voltou aos Jogos e passou por uma grande frustração. Cotada entre as favoritas nos Jogos Rio 2016, foi eliminada na primeira fase. Pouco tempo depois, soube se reinventar, passou por cima da tristeza e conquistou resultados expressivos. 

Em 2017, obteve o bronze no Mundial na prova do C1 e o ouro na K1 extremo cross, na França. Na temporada 2018, esteve entre as melhores em quatro etapas da Copa do Mundo. Na primeira, na Eslováquia, foi prata no K1 Extremo Cross, prova não olímpica. Na Polônia, faturou o bronze no C1 Feminino e, na Alemanha, foi ouro K1 Extremo Cross e bronze no C1. Além disso, foi ouro no K1 Extremo Cross no Mundial Sub-23, disputado em julho, na Itália. 

“Estou muito feliz com o meu resultado geral na temporada de 2018. Estou me dedicando ao máximo para conseguir uma medalha para o Brasil aqui no Mundial do Rio de Janeiro”, afirmou Sátila. No Rio de Janeiro, ela compete em três categorias individuais: caiaque (K1), canoa (C1) e K1 extremo cross. 

Investimento

A evolução de Ana Sátila é resultado de uma combinação de esforços, como bolsas para os canoístas, contratação de treinadores estrangeiros nos últimos anos, participação nos melhores campeonatos e ter à disposição dois circuitos de padrão internacional como base para treinamento da seleção permanente: o Canal Itaipu, em Foz do Iguaçu, e o Parque Radical, em Deodoro. Instalações que integram a Rede Nacional de Treinamento.

No início do ano, Ana Sátila passou um período de quatro meses de treinos no Rio de Janeiro. Hospedada com a seleção na região da Barra, a jovem fez a parte técnica e tática nas corredeiras do Canal de Deodoro e a parte física na academia do Time Brasil no Centro Aquático Maria Lenk, no Parque Olímpico da Barra.

Mundial 2018

O Campeonato Mundial reúne 300 canoístas, de 40 países. As disputas individuais e por equipe são no C1 e K1 (canoa e caiaque), tanto feminino quanto masculino. Na dupla, será no C2 (canoa em dupla mista). O mundial terá também a categoria radical K1 Extremo Cross, onde os canoístas, tanto homens quanto mulheres, largam juntos a partir de uma plataforma suspensa direto na pista de competição.

Do Rio de Janeiro, Breno Barros – Rededoesporte.gov.br