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Natacao paralímpica

16/09/2019 09h12

Natação Paralímpica

Com prata e bronze no último dia, Brasil fecha o Mundial com 17 medalhas

Daniel Dias chegou ao 40ª pódio com o segundo lugar nos 100m livre. Edênia Garcia foi bronze. País ficou em 11º no geral e mulheres da delegação nacional superaram os homens

O Campeonato Mundial de natação paralímpica chegou ao fim na tarde deste domingo, 15.09, com duas medalhas brasileiras. Daniel Dias e Edênia Garcia, dois dos maiores nomes da modalidade no país, garantiram presença nas últimas cerimônias de premiação da competição.

Daniel Dias com a prata conquistada nos 100m livre: a 40º medalha do brasileiro em mundiais de nataçaõ paralímpica. Foto: Alê Cabral/CPB

O Brasil deixou Londres com o 11º lugar no quadro de medalhas, com cinco ouros, seis pratas e seis bronzes, e um total de 17 pódios. A Itália surpreendeu o mundo paralímpico com a primeira colocação no geral, com 20 ouros entre as 50 medalhas, e superou a anfitriã Grã-Bretanha (19 ouros) e a Rússia (18), segundo e terceiro respectivamente.

"Foi a prova mais difícil do Mundial para mim, porque treino para os 50m costas, agora abriu os 100m livre em Tóquio e quero disputá-la. Estou começando a treinar para ela, e que bom que saiu esse bronze"
Edênia Garcia

Do lado brasileiro, a piscina do Parque Olímpico Rainha Elizabeth, em Londres, registrou um feito histórico. Pela primeira vez as mulheres superaram os homens no total de pódios. Elas foram responsáveis por nove medalhas. A participação feminina é um dos vetores estratégicos do CPB. A delegação de 27 atletas em Londres contou com doze mulheres, o dobro do número que representou o país na Cidade do México, em 2017, na última edição do evento.

A última medalha brasileira no Mundial londrino, inclusive veio de braçadas femininas. A cearense Edênia Garcia foi bronze nos 100m livre da classe S3. Nesta mesma prova, a paulista Maiara Barreto terminou na quarta colocação.

"Foi a prova mais difícil do Mundial para mim, porque treino para os 50m costas, agora abriu os 100m livre em Tóquio e quero disputá-la. Estou começando a treinar para ela. É preciso nadar duas vezes o 50m, mas que bom que saiu esse bronze".

Edênia nadou a distância em 2min06s02, atrás da mexicana Patrícia Valle (2min03s18) e da americana Leanne Smith, campeã com 1min36s49. Leanne é mais um caso de atleta reclassificada pelo IPC (Comitê Paralímpico Internacional, na sigla em inglês) e que caiu de classe. Até 2017, ela competia e era campeã na S4, para atletas com menor comprometimento físico-motor do que na S3.

Daniel Dias chegou à incrível marca pessoal de 40 medalhas em Mundiais. De Durban 2006 até Londres 2019, ele vive uma rotina incessante de pódios. Neste domingo, fechou os 100m livre da classe S5 em segundo, com 1min09s02.

"Eu queria fazer esta final na casa de 1min08s. Há um bom tempo que não chego nesta marca. Mas hoje [domingo] só de quase chegar no tempo já acho que foi bom. A ideia era ter passado os primeiros 50 metros um pouco mais forte, mas tudo bem, só tenho a agradecer por estar aqui", disse Daniel na zona mista, após a prova, que desde 2015 não nadava abaixo de 1min10s.

O campeão foi o italiano Francesco Bocciardo, com 1min07s76. O atleta é mais um caso de nadador que caiu de classe desde que o IPC promoveu uma alteração no processo de classificação funcional. No Mundial de 2017, na Cidade do México, as regras do IPC determinavam que Bocciardo deveria nadar na classe S6, para atletas com menor comprometimento físico-motor do que na S5, em que Daniel Dias se encontra desde o início da carreira, há quase 15 anos.

Bocciardo não só competiu como S6 na capital mexicana, como foi quarto colocado nos 100m livre com o tempo de 1min08s60, marca que Daniel luta para alcançar há mais de cinco anos. O melhor tempo da vida dele nos 100m livre foi nesta mesma piscina, porém há sete anos, durante os Jogos Paralímpicos de Londres, quando fez 1min08s39. Na temporada 2019, Daniel Dias chegou a 1min10s54.

O brasileiro que nasceu em Campinas, há 31 anos, com má formação congênita, e hoje mora em Bragança Paulista, São Paulo, volta de Londres com quatro medalhas. Foi bronze nos 50m borboleta e nos 50m costas e ouro nos 50m livre. O próximo Mundial de natação paralímpica será em 2021, em Funchal, na Ilha da Madeira.

Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)