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Judô

09/03/2016 20h28

Evento-teste

Com equipe jovem, judô avalia a experiência olímpica na Arena Carioca 1

Brasileiros somam nove pódios nos dois dias de torneio. Dirigentes e atletas elogiam estrutura

Foi o sexto evento-teste realizado na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico da Barra. Mesmo já avaliada minuciosamente, alguns aspectos específicos do judô puderam ser monitorados durante os dois dias de lutas. Com a estrutura aprovada por atletas e dirigentes, do Brasil e de delegações estrangeiras, a competição foi encerrada nesta quarta-feira (9.3) com nove medalhas para os donos da casa.

“Neste evento testamos a área de competição, a parte de resultados e de apresentação do esporte, o serviço para os atletas, vestiários, operação, além dos nossos voluntários e a nossa equipe de gestão”, explicou Rodrigo Garcia, diretor de esporte do Comitê Rio 2016. “O judô é um esporte tradicional no Brasil e que sempre briga por medalhas. Então, você escutar dos times que a instalação é do nível dos Jogos Olímpicos é extremamente satisfatório”, acrescentou.

De acordo com o gestor de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Ney Wilson, a aprovação foi internacional. “As equipes estrangeiras estão gostando bastante. A direção da FIJ (Federação Interacional de Judô) também está empolgada com o ambiente, com a forma como a equipe foi treinada para trabalhar”, contou. “Eles estão bastante impressionados com a grandiosidade, a beleza e o conforto das instalações. A avaliação é muito positiva”, completou.

 

Como as lutas durante os Jogos Olímpicos serão realizadas na Arena Carioca 2, a comissão técnica e os atletas da equipe principal do Brasil aproveitaram a oportunidade para conhecer a instalação, vizinha ao palco do evento-teste. “É bem parecida e está muito legal, com estrutura perfeita para o judô”, comentou a técnica da seleção feminina, Rosicléia Campos, que já vive a expectativa para a estreia olímpica no Brasil. “Fizemos um treino na segunda-feira e vimos um ensaio da premiação. Para o primeiro lugar, sempre falavam o Brasil. Eu fiquei falando ‘yes, yes’, imaginando e querendo que chegue logo”, brincou.

Os atletas da seleção olímpica, poupados do evento-teste, acompanharam as disputas das arquibancadas. “Acho que é importante ter esta experiência e ver como é o ambiente, afinal a gente tem que usar a vantagem de estar em casa. Temos que tomar isso aqui como o nosso lugar, para que aquela pressão que todo mundo fala seja a nosso favor”, opinou Victor Penalber (categoria -81kg). “Eu achei a arena e a estrutura muito boas, as pessoas vão gostar no dia. Agora é só esperar o momento”, acrescentou a campeã olímpica Sarah Menezes (-48kg).

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Presente no torneio, o ministro do Esporte, George Hilton, destacou que todos os aspectos das instalações estão sendo vistoriados durante os eventos-teste. “A arena está perfeita, com tudo funcionando muito bem. Nossos técnicos estão atentos a detalhes, como o ar condicionado, a iluminação, o nível de conforto, para que tenhamos 100% de acertos nos eventos que ocorrerão aqui”, afirmou. Após o evento-teste, George Hilton e o Secretário Nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, visitaram a sede da Confederação Brasileira de Judô, no Aeroporto do Galeão, acompanhados por atletas da Seleção.

Eduardo Santos (de azul) derrotou o japonês Toshimasa Ogata na decisão do torneio. Foto: Miriam Jeske/Brasil2016/ME

Motivação

Para Ney Wilson, o mais importante do evento-teste foi dar a experiência olímpica a jovens atletas, que fazem parte do projeto para os Jogos de Tóquio e que foram convocados para o torneio no Parque Olímpico. “Estamos dando uma oportunidade para a nossa geração de 2020 vivenciar esse clima, esse ambiente, e isso nos permite colocar uma semente neles, que vamos regar até 2020 para colhermos frutos lá. Essa foi a nossa estratégia, com atletas que passaram pela equipe de base com resultados”, explicou.

Na terça-feira (8.3), primeiro dia de lutas, as medalhas ficaram por conta de Jéssica Pereira (-52kg) e Lucas Godoy (-66kg), que levaram a prata, e Raquel Silva (-52kg) e Diego Santos (-66kg), com o bronze. Já nesta quarta, o Brasil conquistou mais cinco medalhas. Jéssica Santos e Erika Ferreira levaram os bronzes do -63kg. Eduardo Santos foi o campeão da categoria -81kg, que teve os brasileiros Igor Pereira e Edu Ramos com os bronzes. O evento-teste contou com a participação de 122 atletas, de sete países.

“Consegui mostrar o meu serviço para o técnico da seleção. Acho que dei um passo para 2020”, avaliou o campeão Eduardo Santos, que na final derrotou o japonês Toshimasa Ogata. Na estreia, o brasileiro venceu o alemão Dominic Ressel. Na sequência, Eduardo ainda superou os compatriotas Luanh Rodrigues, Luiz Junior e Igor Pereira para chegar à decisão.

“Achei a competição bem forte. Não tinha muitas atletas internacionais, mas as brasileiras estavam em um nível muito bom. Foi bom sentir o que é uma Olimpíada”, analisou Jéssica Santos, que venceu a alemã Vivian Herrmann na disputa pelo bronze. “Fiquei feliz quando recebi a convocação porque fiquei um tempo afastada por causa de lesão e voltei a competir forte no ano passado. Em seguida veio a convocação, fiquei até emocionada”, acrescentou a judoca.

Privilégio

Igor Pereira, atleta do Instituto Reação, nem estava na lista dos convocados pela CBJ, competindo apenas pelo clube, mas impressionou e comemorou o bronze. “Foi um privilégio competir onde serão as Olimpíadas e mostrar que sou capaz de conseguir resultados até em outra categoria”, afirmou o atleta, que costuma lutar no peso -73kg. “É minha estreia em um evento como este e me senti como se estivesse lutando as Olimpíadas. Sem palavras para descrever a sensação de subir nesse tatame e mostrar o meu judô”, contou.

Prata no -63kg, após ser derrotada na final pela japonesa Kaho Yonezawa, a britânica Bekky Livesey também aprovou a experiência. “Eu nunca tinha lutado numa arena tão grande antes. Acho que a atmosfera estava boa aqui hoje, não consigo nem imaginar como será nas Olimpíadas”, disse. “Achei a arena muito bonita, fácil de se identificar, com acessos tranquilos”, opinou Rafael Macedo (-81kg), eliminado nas oitavas de final pelo japonês Ogata. “Já é uma experiência de sentir um pouco o clima, na estrutura, no ginásio, com todo modelo de competição olímpica. Você vai ganhando uma experiência desde jovem”, acredita o brasileiro.

Camping

A partir desta quinta-feira (10.3) e até o dia 17, os atletas que disputaram o evento-teste e a seleção principal do Brasil estarão com as equipes estrangeiras participando de um treinamento de campo no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan). As atividades contarão com a presença de judocas de seis países, além do Brasil: Grã-Bretanha, Japão, Bélgica, República Tcheca, Canadá e Líbano.

Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br