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Toronto 2015

14/08/2015 23h04

Toronto 2015

Brasil encerra participação na natação do Parapan com primeiro lugar e Clodoaldo Silva anuncia despedida

Nadadores do país terminam competição no Canadá com a melhor campanha na modalidade: 104 medalhas conquistadas. Clodoaldo avisa que vai parar depois dos Jogos de 2016
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Natação brasileira ficou com o topo no quadro de medalhas da modalidade em Toronto. Foto: Jonne Roriz/MPIX/CPB
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Talisson Glock levou o ouro nos 100m costas S6. Foto: Jonne Roriz/MPIX/CPB
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Natação brasileira ficou com o topo no quadro de medalhas da modalidade em Toronto. Foto: Jonne Roriz/MPIX/CPB
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Natação brasileira ficou com o topo no quadro de medalhas da modalidade em Toronto. Foto: Jonne Roriz/MPIX/CPB
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A natação Brasil encerrou a participação nos Jogos Parapan-americanos de Toronto com a melhor campanha na modalidade. Os nadadores brasileiros dominaram as provas desde o início e levam para casa 104 medalhas, sendo 38 ouros, 29 pratas e 37 bronzes. Em 2007, nos Jogos do Rio, a natação nacional fechou com 108 medalhas contra 87 dos canadenses, mas perdeu em número de ouros. Foram 41 para eles e 39 para nós. Em 2011, nos Jogos de Guadalajara, menos medalhas no quadro geral, mas o topo do pódio foi garantido com 85 medalhas.

Último dia de competições para os nadadores, a sexta-feira (14.08) foi marcada por um pódio 100% Brasil e três dobradinhas. Ao fim do dia, o país conquistou oito ouros, cinco pratas e três bronzes, além de clima de despedida do multimedalhista Clodoaldo Silva que, aos 36 anos, ganhou a prata nos 200m livre S5, ao lado do ouro de Daniel Dias.

“Esta é a minha quinta participação em Parapan-americanos e está é a quinta edição do evento. Eu vi os Jogos nascerem em 1999, quando eles não aconteciam em conjunto com o Pan. Tivemos a honra de ver isso no Brasil em 2007. Pude acompanhar a evolução das Américas e principalmente do Brasil. É algo que me deixa feliz e emocionado”, disse Clodoaldo, que garantiu, hoje, a 101a medalha da natação brasileira destes Jogos.

Se esta foi a última participação do nadador em Parapan-americanos, o próximo ano será marcado por sua aposentadoria nas piscinas, quando encerrarem os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. “Aqui, no Parapan, acabou para mim como atleta. Todo ciclo tem um fim e eu já fiz muito dentro do esporte. Quero e tenho novos objetivos e novas metas para depois dos Jogos Paralímpicos de 2016. Acredito que vou virar companheiro de vocês, jornalistas. Hoje eu dei braçadas longas. Era um momento que eu queria que passasse lentamente para que eu pudesse aproveitar”, encerrou.

Avaliação mais do que positiva

O último dia de provas da natação em Toronto foi fechado com revanche sobre o Canadá. Eles ganharam no Rio, em 2007, mas o Brasil ganhou em Toronto, neste ano. Das 104 medalhas brasileiras, 38 foram de ouro, enquanto os donos da casa encerraram com 93, sendo 24 douradas.

“Foi uma participação excelente. Viemos de uma sequência de competições com as preparatórias para o Mundial e depois o próprio Mundial (de Glasgow). Antes de vir, a preocupação era com o desgaste dos atletas, mas eles nadaram os melhores ou muito próximo dos melhores tempos”, disse Leonardo Tomasello, técnico-chefe da natação brasileira.

Para Daniel Dias, o evento não foi somente uma mostra do que o Brasil pode apresentar em 2016, mas também um teste para detectar erros e melhorar a preparação. “Acredito que os Jogos (Rio 2016) em casa é uma inspiração para todos os atletas que estão aqui, pois este é um grande teste para avaliarmos nosso trabalho e ver o que precisa ser acertado para chegarmos melhor em 2016. Superar Guadalajara mostra o crescimento que o esporte paraolímpico está tendo e que vamos chegar muito forte no próximo ano”, disse o atleta, que garantiu a 100a medalha da natação brasileira neste Parapan.

“A nossa meta era ajudar o país no quadro geral, lembrando que temos o Canadá como principal adversário, tanto no geral quanto na modalidade. Sem dúvida esta foi a nossa melhor campanha em Jogos Parapan-americanos. Superou as expectativas iniciais”, concluiu Leonardo Tomasello.

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Talisson Glock levou o ouro nos 100m costas S6. Foto: Jonne Roriz/MPIX/CPB
Recordes e pódios

O dia também teve pódio 100% brasileiro nos 100m livre S9, com ouro de Vanilton Nascimento, prata de Matheus Silva e o bronze de Ruiter Silva. “É algo muito bom você ver as três bandeiras do Brasil e repetir o pódio dos 50m livre da segunda-feira (10.08). Hoje consegui vencer e é um orgulho colocar a bandeira do Brasil no topo, ainda mais com um recorde”, disse o campeão, que bateu o recorde parapan-americano com 57s85.

Além do pódio 100%, o Brasil marcou hoje três dobradinhas. A primeira nos 200m livre S5, com a prata para Esthefany Rodrigues e ouro para Joana Neves, que ainda bateu o recorde parapan-americano com a marca de 3m13s15. A segunda foi com Daniel Dias e Clodoaldo Silva, ouro e prata, respectivamente, nos 200m livre S5. A terceira dobradinha foi com ouro para André Brasil e a prata para Phelipe Andrew nos 100m livre S10. Com o tempo de 51s28, André Brasil também bateu o recorde parapan-americano.

Houve ouro ainda nos 100m costas S6 para Talisson Glock, que bateu o recorde parapan-americano com o tempo de 1m14s76. Também teve ouro e recorde parapan-americano para Camille Rodrigues, que fez 1m06s04 nos 100m livre S9. Nos 100m costas S7, Italo Gomes também ganhou mnedalha dourada quebrando o recorde do evento com a marca de 1m13s97. No revezamento 4x100m medley 34 pontos, o quarteto Daniel Dias, Andre Brasil, Matheus Silva e Phelipe Melo ganhou ouro com recorde das Américas no tempo de 4s21c61.

A última prata do dia veio para Carlos Farrenberg, nos 100m borboleta S13, e os demais bronzes foram garantidos por Mariana Gesteira, nos 100m livre S10, e Cláudia Celina, nos 200m livre S4.

Investimentos

Para a participação brasileira no Parapan de Toronto, o governo federal firmou convênio com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) no valor de R$ 1,8 milhão. Outros dois convênios são destinados à preparação para os Jogos Rio 2016 e chegam a R$ 40 milhões. Desde 2010, foram celebrados 16 convênios com o CPB que, somados, chegam a R$ 62,8 milhões. Dos 272 atletas convocados para Toronto, 252 são bolsistas do governo federal, sendo 178 patrocinados pelo programa Bolsa Atleta e 74 pelo Bolsa Pódio. Deste total, 40 convocados são nadadores e todos são bolsitas – 17 bolsa-atleta e 23 pódio.

Leonardo Dalla, de Toronto - Ministério do Esporte