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30/01/2015 11h00

Canoagem: Isaquias rema com foco no pódio olímpico

Com Copa do Mundo, Pan e Mundial, a atual temporada dará ao canoísta a oportunidade de deixar claro aos principais oponentes que a concorrência vai ser pesada no Rio

Foto: CBCaNa nova casa da canoagem velocidade brasileira, em Lagoa Santa (MG), Isaquias Queiroz, 21 anos, encontra a tranquilidade para o treinamento diário. Estimulado e cobrado pelo técnico espanhol Jesús Morlán, o baiano está animado com as competições de 2015 e acredita que a atual temporada será ainda melhor que a do ano passado.

Em 2014, Isaquias foi bicampeão mundial na categoria C1 500m e faturou um bronze ao lado de Erlon de Souza na C2 200m, ambas provas não olímpicas. Por pouco o canoísta não subiu ao pódio na Rússia mais uma vez: ele liderou a prova olímpica C1 1000m de ponta a ponta, mas virou a canoa nos últimos metros do percurso, sendo desclassificado.

“Foi um ano excelente para o meu aprendizado, foi essencial ganhar experiência para 2016. O Mundial foi incrível, comprovei que sou capaz de ir além do que imaginava. Na C1 1000m, achavam que o alemão (Sebastian Brendel, atual campeão olímpico) iria ganhar fácil e eu acabei apavorando todo mundo. Não deu dessa vez, mas mostrei que, se largar na frente, ninguém vai me pegar”, disse. Brendel foi o campeão da prova.

Isaquias possivelmente reencontrará o alemão e outros fortes oponentes em maio, na Copa do Mundo da modalidade, disputada em três etapas (Portugal, Alemanha e Dinamarca). Em julho, será a vez de enfrentar os adversários das Américas, sobretudo cubanos e canadenses, no Pan de Toronto (Canadá). No mês seguinte, o Campeonato Mundial, na Itália, será outro grande teste antes dos Jogos Rio 2016.

“A Copa do Mundo, o Pan e o Mundial são as principais competições de 2015. Como o Brasil tem vaga garantida na C1 1000m nas Olimpíadas por ser sede, fico mais tranquilo, mas temos que dar o melhor nessas competições e mostrar que, em 2016, não vai ser fácil para ninguém”.

Foto: CBCa

Estrutura, legado e apoio

Manter o foco ficou mais fácil em Lagoa Santa, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte.  A lagoa de 6,3km exclusiva para treinamento da Seleção Brasileira ganhará raias no próximo mês, segundo o atleta. Além da estrutura – que conta com moradia e serviço de fisioterapia –, Isaquias destaca a liderança e a experiência do técnico Jesús Morlán.

“Para nós é essencial. Sem ele, a gente não teria alcançado os resultados que conseguimos e não teríamos chances de medalha nas Olimpíadas. E os treinadores brasileiros absorvem a experiência dele. O Jesús está deixando um legado para a canoagem brasileira”.

O esporte conta com patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e vários atletas da modalidade recebem a Bolsa Atleta ou a Bolsa Pódio do Ministério do Esporte.  Isaquias – que teve o primeiro contato com a canoagem em 2005, por meio do programa Segundo Tempo, na cidade natal, Ubaitaba (BA) – passou a receber a ajuda do Bolsa Atleta em 2011, justamente na temporada em que foi campeão mundial júnior.  Dois anos depois, o benefício passou a ser a Bolsa Pódio.

“É muito importante essa ajuda financeira. Muitas vezes o atleta deixa o esporte por falta disso. Para mim foi e é um grande incentivo, e começou logo em um ano em que venci um Mundial. Eu ajudo minha mãe no interior da Bahia, consegui comprar a casa própria. A bolsa me dá tranquilidade para treinar, posso ter foco e dedicação, fico despreocupado. Um atleta precisa disso”, reforçou.

A mãe, os cinco irmãos e a namorada são os espectadores que ele mais deseja ver nas arquibancadas do Rio nos Jogos Olímpicos do ano que vem. De preferência, para serem testemunhas de um feito inédito na história da canoagem brasileira.

“A Olimpíada é a consagração. Não vejo melhor resultado possível do que ganhar uma medalha dentro de casa, ajudando seu país no próprio país. Do jeito que estou treinando, pelos meus resultados, acredito que é possível. O foco é diário para isso”, disse.

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Carol Delmazo – brasil2016.gov.br