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Geral

10/11/2018 07h49

Madri 2018

Brasileiros disputam duas finais e um bronze neste sábado no Mundial de Caratê

Na categoria até 67kg, Vinicius Figueira encara o francês Steven Acosta na decisão. Na classe para deficientes visuais, Débora Knihs tenta o ouro e Paula Gomes, o terceiro lugar

O penúltimo dia de competições do Campeonato Mundial de Caratê é o mais importante para os atletas brasileiros. Neste sábado, 10.11, três caratecas nacionais brigam por medalhas. A partir das 18h30 (15h30 de Brasília), o paranaense Vinicius Figueira decide a categoria -67kg, que reunia nada menos que 98 atletas, de 98 países, no início da disputa.

Paranaense de Londrina, Vinicius é o atual número dois do ranking mundial da categoria, com 4.355 pontos. Terá pela frente na decisão o francês Steven Dacosta, número cinco (3.032). Cada um deles venceu seis confrontos para carimbar a vaga entre os dois melhores. Embora estejam no topo da listagem, os dois nunca se enfrentaram.

Vinicius e o francês Steven Acosta são os finalistas. Embora sejam do top 5 da categoria, nunca se enfrentaram. Foto: Abelardo Mendes Jr/rededoesporte.gov.br
"Ele é um dos tops da categoria. Nunca lutamos um contra o outro. Nunca aconteceu. Quando um ganha, o outro perde. Mas conheço bem ele. Sei o que faz, o que não faz. Vai ser uma honra"
Vinicius Figueira

"Ele é um dos tops da categoria. Nunca lutamos um contra o outro. Nunca aconteceu. Quando um ganha, o outro perde. Mas conheço bem ele. Sei o que faz, o que não faz. Vai ser uma honra, é um atleta muito bom. Acho que é uma final justa, com dois atletas de alto nível", disse Vinicius.

A medalha de Vinicius será a segunda do brasileiro em Mundiais. Em 2014, na edição de Bremen, na Alemanha, ele conquistou o bronze. Em 2016, na cidade de Linz, na Áustria, Vinicius também chegou à disputa de medalhas, mas acabou derrotado na luta pelo bronze e ficou com a quinta posição. No caratê masculino, as lutas têm três minutos de combate.

Chegar à decisão foi um passo estratégico na briga de Vinicius por uma das dez vagas olímpicas da categoria até 67kg. Em março de 2020, os dois primeiros no ranking mundial garantem, automaticamente, um posto nos Jogos de Tóquio, os primeiros da história em que o caratê estará presente.

Na sequência até o Japão, o Mundial de Madri é o evento com maior peso (12) para o ranking. Para se ter uma ideia do valor, as etapas da Premier League, as segundas mais importantes, têm peso 6. O Mundial da Espanha, disputado de 6 a 11 de novembro, é o último antes dos Jogos Olímpicos.

Débora observada pelo técnico Valmir Zuza. Foto: Abelardo Mendes Jr/rededoesporte.gov.br

Paralímpicos

Além de Vinicius, duas brasileiras sobem ao tablado especial montado paras as disputas de medalha no Mundial neste sábado, com seus técnicos devidamente vestidos com terno, numa alegoria ao valor simbólico do momento.

A partir das 19h30 (16h30 de Brasília), Débora Knihs decide a medalha de ouro na classe para deficientes visuais. Catarinense de Brusque, a atleta de 33 anos disputará o ouro contra a alemã Helga Balkie. A competição é na modalidade kata, em que os atletas simulam os movimentos de uma luta.

Débora tem glaucoma congênito. Desde os 12 anos é completamente cega. No período em que enxergava pouco, nunca teve a oportunidade de ver como se fazem os movimentos de um kata.

"É com a paciência do sensei que a gente caminha. Ele pega a minha mão e mostra como tem de ser. O soco para cima, para baixo, mais para a direita. A perna também: a posição, o encaixe do peso, e muita repetição", disse, em referência ao técnico Valmir Zuza, que tem 44 anos de experiência na modalidade.

Galeria do paracaratê no Mundial de Caratê Madri 2018: imagens disponíveis em alta resolução para uso editorial gratuito (crédito obrigatório: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br)

Paracaratê - Mundial de Caratê Madri 2018

Mineira dos saltos

Outra brasileira na disputa por medalhas entre os deficientes visuais é a mineira Paula Gomes, de 23 anos. Com 15% de visão num dos olhos e 8% no outro, ela executa um kata mais agressivo, com direito a dois saltos e movimentos mais estéticos durante a execução do kata. Terá pela frente na decisão do bronze a russa Alexandra Meteleva.

"Vou me concentrar muito para fazer o melhor. Quero levar essa medalha para o Brasil. É o meu primeiro Mundial no ano em que saí pela primeira vez para fora do país", disse, que estará acompanhada do treinador Ariel Longo.

No domingo (11.11), a partir das 13h (10h de Brasília), um último brasileiro disputa medalha em Madri. O paulista Jaime Ruiz tenta o bronze na categoria para cadeirantes. O adversário será o francês Fatah Sebbak. O duelo também é no kata. A final da classe será entre dois egípcios: Mohamed Allakany e Abdelaziz Abouelnaga.

A vigésima quarta edição do Campeonato Mundial teve participação recorde. Ao todo, foram mais de 1.400 atletas, de 136 países. No Paralímpico, que chegou à sua quarta edição em Madri, a procura foi a maior da história, com mais de 120 atletas. O Brasil trouxe 26 caratecas para a Espanha, entre olímpicos e paralímpicos.

Infográfico - Mundial de Caratê Madri 2018

Galeria do Mundial de Caratê no Flickr do Ministério do Esporte: imagens disponíveis em alta resolução para uso editorial gratuito (crédito obrigatório: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br)

Mundial de Caratê Madri 2018

Gustavo Cunha, de Madri, na Espanha - rededoesporte.gov.br