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11/08/2019 19h51

Lima 2019

Brasil se despede dos Jogos Pan-Americanos de Lima com 29 vagas olímpicas na mala

Onze modalidades tiveram o seu melhor desempenho na história na capital peruana. Brasil volta a figurar em segundo no quadro de medalhas pela primeira vez desde 1963

Jogos Pan-Americanos Lima 2019

Com uma campanha histórica, com 171 medalhas no total e segundo colocado no ranking geral dos Jogos Pan-Americanos de Lima, o Brasil fechou a competição com 104 vagas diretas garantidas para Tóquio, sendo 29 conquistadas no Peru, em nove modalidades esportivas. O resultado foi divulgado neste domingo (11.08) pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Carimbaram passaporte para Tóquio handebol feminino (14 vagas), hipismo adestramento (três vagas), hipismo saltos (três vagas), hipismo concurso completo de equitação (três vagas), pentatlo feminino, com a atleta Maria Iêda Guimarães, tênis masculino com o João Menezes, tênis de mesa, com Hugo Calderano, vela (duas vagas), além do tiro com arco que, que herdou o lugar com a vitória dos Estados Unidos nas duplas mistas.

Campanha em Lima supera todos os marcos históricos anteriores
Entre Toronto e Lima, o Brasil ampliou em 28% o número de modalidades que conquistaram medalha, passando de 32 para 41

“A gente chega ao fim dos Jogos com um número considerável de vagas para Tóquio, o que era o nosso objetivo. Conseguimos apresentar evolução no quadro de medalhas e em várias modalidades. Esse resultado ratifica o trabalho que a gente vem fazendo dentro do comitê. Nosso trabalho era mostrar a evolução do esporte brasileiro”, afirmou Marco Antônio La Porta, vice-presidente do COB.

Entre Toronto e Lima, o Brasil ampliou em 28% o número de modalidades que conquistaram medalha, passando de 32 para 41. Na edição de 2007, até então o principal referencial, o Brasil tinha subido ao pódio em 40 esportes. O  Brasil também registrou alta no número de modalidades em que o Time Brasil saiu com ouro. Em Toronto, edição em que o país tinha o melhor resultado nesse critério, o número foi 50. Em Lima, o quantitativo passou para 55.

“Cinquenta anos depois voltar para o segundo lugar no quadro de medalhas é muito importante. Tivemos muita evolução. Conseguimos aumentar o número de modalidades que contribuem para o quadro de medalhas”, pontuou o vice-presidente do COB.

Mais mulheres e mais jovens

Ainda de acordo com o retrato do desempenho do país em Lima, do total de 229 medalhistas (dados fechados às 14h de Brasília), 101 são mulheres. As atletas brasileiras são responsáveis por 66 medalhas em Lima, sendo 20 ouros. Em Toronto, o número foi de 63. Também vale destacar a participação dos atletas mais jovens no desempenho do país em Lima: dos 229 medalhistas, 40 deles têm 20 anos ou menos (15,9%) e 97 têm 23 anos ou menos (38,6%).

“A gente chega ao fim dos Jogos com um número considerável de vagas para Tóquio, o que era o nosso objetivo. Conseguimos apresentar evolução no quadro de medalhas e em várias modalidades"

Marco La Porta, vice-presidente do COB

“Entendemos que isso também é reflexo de um ciclo de investimentos que foram feitos no esporte brasileiro em decorrência dos Jogos Rio 2016 que ainda trazem efeitos no ciclo seguinte. Ao longo dos últimos anos todas as nossas discussões foram no sentido de se buscar a efetividade da aplicação dos recursos destinados através das Loterias para o COB”, destacou Jorge Bichara, diretor de Esportes do COB.

Ainda segundo ele, a instituição criou uma área de desenvolvimento específica para colaborar no desempenho de atletas jovens, buscando a renovação das equipes, visando ao sucesso nos Jogos Pan-Americanos e nos Jogos Olímpicos. “O esporte feminino é uma das maiores possibilidades de evolução hoje no esporte olímpico. Então temos uma grande satisfação de quando surgem atletas femininas”, completou.

Evolução esportiva

Ainda de acordo com o COB, a outra meta, de que algumas modalidades consideradas chave evoluíssem na comparação com as edições anteriores, foi cumprida. Nas contas da instituição, o país apresentou evolução em 18 esportes e em 11 teve uma campanha histórica.

Entre elas estão o taekwondo, com medalhas em sete das oito categorias, e a ginástica artística, com títulos por equipe, por aparelho e no individual geral. No tênis de mesa, Hugo Calderano confirmou a condição de número seis do mundo e sai de Lima com dois ouros (individual e dupla masculina, ao lado de Gustavo Tsuboi) e um bronze por equipe. Também destaque para a campanha do basquete feminino, campeão após 28 anos.

“Nosso objetivo foi consolidado, de manter o Brasil numa posição de destaque dentro das Américas. Estamos agora no nosso processo de avaliação técnica das performances aqui para ver até que ponto a gente precisa melhorar, o que é preciso corrigir e o que é preciso aperfeiçoar”, destacou Bichara.

<< Modalidades que em o Brasil apresentou evolução entre 2015 e 2019: atletismo, badminton, boxe, canoagem slalom, ciclismo estrada, Ciclismo MTB, esqui aquático, ginástica artística, hipismo saltos, maratona aquática, natação, taekwondo, triatlo e vela.

<< Modalidades em que o Brasil fez a melhor campanha histórica: badminton, canoagem slalom, ciclismo BMX, ciclismo MTB, ginástica artística, hipismo saltos, maratona aquática, natação, taekwondo, triatlo e vela.

Segundo Bichara, o resultado alcançado é fruto de estrutura que envolve diversos atores, que passam pelos formadores de atletas aos principais financiadores do esporte atualmente. “Os resultados são obtidos pelos atletas, pelos treinadores com suporte do COB, das confederações, dos clubes, das bolsas do governo federal [Programa Bolsa Atleta do Ministério da Cidadania] e do suporte das Forças Armadas. É um trabalho coletivo”, destacou.

'Nação Bolsa Atleta' terminou mesmo na terceira posição no quadro de medalhas
“Os resultados são obtidos pelos atletas, pelos treinadores com suporte do COB, das confederações, dos clubes, das bolsas do governo federal [Programa Bolsa Atleta do Ministério da Cidadania] e do suporte das Forças Armadas. É um trabalho coletivo”
Jorge Bichara

Nação Bolsa Atleta

Das 171 medalhas do Brasil, 141 (82,4%) têm participação de atletas apoiados pelo Programa Bolsa Atleta, do Ministério da Cidadania. Desse total, 117 medalhas foram conquistadas diretamente por bolsistas e 24 em modalidades coletivas com a presença de bolsistas. Os atletas apoiados pelo programa conquistaram medalhas em 34 modalidades diferentes. No total, o Brasil conquistou medalhas em 41 modalidades.

Porta-Bandeira

Já na coletiva realizada pelo Comitê Organizador dos Jogos Pan-Americanos (COPAL), foi confirmado o nome da judoca Rafaela Silva como porta-bandeira do Brasil na festa que fecha oficialmente a competição. “Estou muito feliz por poder ter contribuído para o desempenho histórico do Brasil e por estar carregando a bandeira do país. Eu só tenho a agradecer por essa oportunidade”, diz a campeã olímpica, mundial e agora pan-americana. A cerimônia de encerramento será no Estádio Nacional de Lima, a partir das 20h30 (de Brasília), com uma expectativa de público de 50 mil pessoas.

Rafaela Silva foi anunciada como a porta-bandeira da delegação nacional na Cerimônia de Encerramento. Foto: Pedro Ramos/rededoesporte.gov.br

De olho em Tóquio

Sem ainda cravar um número de medalhas, o COB antecipou que para Tóquio a meta é manter o patamar alcançando nos Jogos Rio 2016, com medalhas em mais de 10 esportes. “Nós vamos aguardar o fim do ano, analisar os resultados dos mundiais, avaliar os atletas nos processos de recuperação de lesão, avaliar o cenário internacional e projetar alguma questão em relação ao resultado em Tóquio”, disse Bichara.

Cynthia Ribeiro, de Lima, Peru – rededoesporte.gov.br