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Halterofilismo paralímpico

21/01/2016 18h47

Vale pontos no ranking

Brasil leva três medalhas no primeiro dia do halterofilismo. Evento-teste recebe elogios

Área de competição, voluntários e acessibilidade foram avaliados pelos atletas. Organização destaca oportunidade única de “acertar os ponteiros” antes dos Jogos e testa inovações

Maria Luzineide durante a prova na Arena Carioca 1: medalha de ouro. Foto: Miriam Jeske/Brasil2016.gov.br

Na reta final da disputa por vagas nas Paralimpíadas, os halterofilistas brasileiros garantiram três pódios nesta quinta-feira (21.01), primeiro dia da Copa do Mundo da modalidade, no Rio de Janeiro. Enquanto os atletas buscam melhorar as marcas na competição que serve de evento-teste para os Jogos Rio 2016, a organização quer aperfeiçoar a área de competição, afinar o trabalho dos voluntários e identificar o que pode ser melhorado para setembro.

“É a primeira vez na história desse esporte desde que estou envolvido - como atleta, técnico da Grã-Bretanha ou chefe de equipe - que temos esse privilégio de fazer o evento-teste. Isso significa que em qualquer outra edição de Jogos Paralímpicos teremos que seguir esse protocolo porque, se há desafios,  melhor que os enfrentemos aqui. E quando a gente chegar aos Jogos, ficará tudo perfeito”, disse Jon Amos, chairman de halterofilismo no Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês).

A competição da modalidade, nos Jogos, será realizada no Pavilhão 2 do Riocentro, enquanto o evento-teste ocorre, até sábado, na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca. Segundo os organizadores, os aspectos mais importantes podem ser testados em uma instalação diferente e reproduzidos, em setembro, no Riocentro.

“Embora não seja a mesma instalação, estamos testando a área de competição. Um palco montado aqui ou no Riocentro não muda muito para a gente. Importante é testar a operação de trás do palco, a entrada do atleta, a saída do atleta, a acessibilidade ali dentro, além da arbitragem e a relação com a federação internacional”, explicou Rodrigo Garcia, diretor de Esportes do Comitê Rio 2016.

A iluminação, aspecto essencial no halterofilismo, está sendo colocada na Arena Carioca de forma semelhante ao que será feito no Riocentro.  “O que é mais importante? Que essa iluminação não esteja direta nos olhos dos atletas. Eu não posso ter luzes que reflitam diretamente nos olhos do atleta quando ele estiver no banco. O Riocentro tem um desenho similar de iluminação e a gente consegue repetir”, disse Pedro Meloni, gerente de Levantamento de Peso e Halterofilismo do Comitê.



Inovação

A Copa do Mundo no Rio foi a competição escolhida para testar uma inovação: a forma como os atletas são apresentados ao público ao entrarem na área de competição. “Normalmente eles são colocados em fila e são nominados. Agora estamos dando a eles um pequeno ‘momento de glória’, já que chegam ao palco sozinhos. Então eles podem ter 5 ou 10 segundos de fama. Mas, além de evento-teste, é também uma Copa do Mundo. Então, ao testar isso, temos que ser o mais perfeitos possível, porque  atletas estão tentando a classificação para os Jogos”, explicou Jon Amos.

A ideia agradou o chileno Juan Carlos Garrido. “Gostei muito, dá importância ao atleta, personifica mais, é bonito isso”. O halterofilista húngaro Nador Tunkel concordou. “Adorei, ainda mais ao imaginar que estará cheio de gente nos Jogos”.

Avaliação dos atletas

Estrangeiros e brasileiros que competiram nesta quinta elogiaram a estrutura montada para a competição e a acessibilidade da Arena Carioca 1, que receberá a disputa paralímpica do basquete em cadeira de rodas.

“Eu achei a estrutura muito bacana. Infelizmente eu não tive a oportunidade de conhecer com detalhes antes da competição, até mesmo porque eu estava focada, concentrada. Mas, com o pouco que conheci, está aprovada”, disse a brasileira Maria Luzineide de Oliveira. “Está excelente a estrutura, tanto a de treinamento quanto a área de aquecimento, a área de competição, está tudo ótimo”, reforçou  o compatriota Bruno Carra.

“Está espetacular. Tudo funcionou de forma perfeita”, disse Juan Garrido, que é cadeirante e não encontrou dificuldades de deslocamento. “Tudo tranquilo. Temos um colega de equipe que é cadeirante e ele não teve problema”, acrescentou Nador Tunkel.

Organização quer aperfeiçoar a área de competição e afinar o trabalho dos voluntários. Foto: Miriam Jeske/Brasil2016.gov.br

Resultados e classificação

Na disputa conjunta de categorias no feminino, que reuniu os pesos de 41kg até 61kg, deu Brasil no lugar mais alto do pódio, com Maria Luzineide de Oliveira. Como há atletas de divisões diferentes, a definição do pódio é feita por um cálculo que leva em consideração o peso da atleta e o peso levantado por ela na competição. A brasileira, da categoria até 45kg, levantou 83 kg e somou 92,58 pontos. Em segundo lugar ficou a chilena Camila Campos (até 55kg), que ergueu 86kg e ficou com 88,23 pontos. O bronze foi para a sul-africana Chantell Stierman (até 59kg), que levantou 87kg e obteve 85,46 pontos.

“Eu não consegui melhorar a minha marca, mas consegui a medalha de ouro, que jamais eu ia deixar as ‘gringas’ levarem. É um bom começo. É resultado de muito trabalho. Estou focada e confiante de que vou conseguir a vaga paralímpica”, disse Maria Luzineide de Oliveira.

Na categoria masculina até 54kg, outro brasileiro, Bruno Carra, levou a melhor ao erguer 160kg.  A segunda posição foi para o cubano Cesar Rubio, com 140kg,  e outro anfitrião ficou com o bronze: João Maria França, com 135kg.

“Ter um resultado assim mostra que nosso trabalho está no caminho certo, que é só continuar nos próximos meses a preparação que a gente vem fazendo para obter um resultado bom nos Jogos”, disse Bruno, que está em nono lugar no ranking de sua categoria e a uma posição da classificação.

No halterofilismo, vão para os Jogos as seis melhores atletas de cada categoria entre as mulheres e os oito melhores em cada categoria masculina, de acordo com o ranking que fechará no mês que vem. Restam poucas oportunidades e o resultado desta quinta alavancou o chileno Juan Garrido: com a melhor marca da carreira (186 kg) na categoria até 59kg, ele ficou com  o ouro e subiu para quinto no ranking. O segundo lugar também foi para o Chile, com Jorge Carinao (142kg), e o bronze  ficou com o argentino Pablo Daniel Melgar (122kg). Na divisão até 49kg, o húngaro Nador Tunkel venceu ao erguer 151kg. Ele competiu apenas com o japonês Hiroshi Miura, que levantou 90kg.

Nesta sexta-feira (22.01), serão disputadas categorias masculinas até 65kg, 72kg, 80kg e 88kg. O evento termina no sábado (23.01).

Carol Delmazo, brasil2016.gov.br