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Tenis de mesa

19/11/2015 16h46

Preparação

Atual campeã mundial de cadetes, mesatenista Bruna Takahashi sonha com os Jogos Rio 2016

Técnico Hugo Hoyama estimula "competição saudável" entre as brasileiras pela vaga na equipe feminina

Bruna Takahashi nem teve tempo de entender o que tinha acontecido. Um dia após vencer o Desafio Mundial de Cadetes, em 31 de outubro deste ano, tornando-se a primeira brasileira campeã mundial no tênis de mesa individual, a mídia já estava de olho nela.

"É um pouco difícil porque veio tudo direto, não veio de pouco em pouco. Eu ganhei o Mundial e no próximo dia já tinha entrevista. Mas até que estou me acostumando", diz a paulista de Guarulhos.
Aos 15 anos, Bruna comemora o resultado inédito para o país e vê crescer as chances de realizar, já em 2016, o sonho olímpico. "Eu pretendo ser indicada, acho que tenho chances sim. Tem outras meninas mais velhas, mas acho que eu tenho chance. Preciso continuar treinando e ter mais resultados", aponta.

A dedicação de quem detesta errar até em treinos é a mesma. O que aumenta, segundo ela, para se aproximar dessa vaga, é a intensidade. "Continuo fazendo a mesma coisa, só que com mais frequência e intensidade. Tem que treinar forte para conseguir as coisas. Se você treina de qualquer jeito, não vai a lugar nenhum. Isso faz bastante diferença", afirma.

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Bruna Takahashi. Foto: Gabriel Heusi

Competição saudável

O Brasil tem a vaga por equipes no tênis de mesa por ser sede dos Jogos. Cada país pode ter ainda duas vagas no individual, que estarão em disputa no pré-olímpico do Chile, em abril de 2016. Caso o Brasil conquiste as duas, a equipe será formada pelas atletas que garantirem as vagas, mais uma terceira mesatenista escolhida pela comissão técnica.

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Jéssica, Hugo e Lin, no Sul-Americano do Chile, em 2014. Foto: hugohoyama.com

Treinador das meninas, Hugo Hoyama estimula a "competição saudável" entre elas pela chance de disputar os Jogos Olímpicos em casa. "Sempre classificamos duas (no individual), mas caso não classifique, uma vaga já é garantida por ser o país-sede. Meu pensamento ainda é quem eu vou convocar, mas tem tempo, tem seletiva brasileira, Latino-Americano, Mundial. E essa concorrência é muito boa. Eu devo ter seis atletas que vão disputar as três vagas da equipe e o Pré-Olímpico. Uma vai querer passar por cima da outra e isso é muito bom. Pra mim sempre foram mais importantes os resultados fora do país, de conquistar títulos e resultados, isso que vou estudar mais", explica o técnico multimedalhista em Pan-Americanos (dez ouros, uma prata e quatro bronzes) e que tem seis Olimpíadas no currículo como jogador.

Lin Gui (135ª no ranking mundial adulto), primeira brasileira finalista de uma edição de Jogos Pan-Americanos, em Toronto 2015, é o principal nome entre as meninas. Caroline Kumahara (140ª), bronze no Pan, também é praticamente certa na equipe brasileira. A terceira vaga estaria sendo disputada entre Bruna (141ª ) – que chega como principal candidata, especialmente após o título mundial -, a veterana Lígia Silva (180ª), de 34 anos, - prata por equipes no Pan, junto com Lin e Caroline, e que tem a experiência dos Jogos de Sydney 2000, Atenas 2004 e Londres 2012-, além de Letícia Nakada (229ª), 17 anos, vencedora do torneio de duplas do Aberto do Chile, ao lado de Bruna, em setembro, e Jéssica Yamada (244ª ), atual campeã brasileira.

As seis atletas disputam o Torneio Internacional de Tênis de Mesa, evento-teste da modalidade que está sendo realizado até sábado (21.11) no Pavilhão 4 do Riocentro, no Rio de Janeiro. Para as brasileiras, a competição ajuda na ambientação, em uma eventual confirmação da vaga para 2016.

"Não quero cobrar delas resultado. Quero cobrar delas a melhor concentração possível. A gente sabe que lutar por medalhas (nos Jogos) vai ser muito difícil, principalmente no feminino, por causa das chinesas, japonesas e coreanas. Mas uma vitória que elas consigam já pode ser um grande passo, não só pra elas, para o tênis de mesa feminino brasileiro", ressalta Hugo.

"É bom pra saber um pouco como vai ser as Olimpíadas. Não que eu vá jogar (em 2016), mas só para ter o gosto um pouco. E para saber como vai ser o local, o ginásio, as mesas, as bolas. Está legal", diz Bruna.

"Se eu for jogar (em 2016), por exemplo, é bom saber como funciona, porque o tênis de mesa é um esporte muito chato, muito preciso, então pra gente é muito diferente quando o ginásio é grande ou pequeno, a velocidade da bolinha muda um pouco, o barulho, é bom pra gente saber como que vai ser, para dar uma experimentada no ginásio", complementa Caroline Kumahara.

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Carol Delmazo - brasil2016.gov.br