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Futebol

14/07/2018 23h23

Copa 2018

Após 63 partidas e 163 gols, chega o "dia da coroação" em Moscou

Estádio Lujniki receberá mais de 80 mil pessoas neste domingo (15.07) para França x Croácia, duelo que define a Copa do Mundo da Rússia

Copa do Mundo da Fifa Rússia 2018

Chega ao fim neste domingo, na Rússia, mais uma incrível maratona de futebol que mobilizou 32 seleções e 63 partidas (até agora) para coroar o campeão mundial. A bola rola a partir das 12h (de Brasília) para o confronto final da Copa do Mundo da FIFA 2018, entre França e Croácia. Uma decisão que poucos apostaram que poderia ser possível.

A França, que chega à terceira final nas últimas seis edições do torneio, tenta o segundo título. O primeiro foi conquistado em cima do Brasil, em 1998, numa vitória incontestável por 3 x 0, com exibição de gala de Zinedine Zidane. A Croácia, por sua vez, nunca foi tão longe. Até então, o melhor resultado da equipe europeia tinha sido ser semifinalista e terminar em terceiro na mesma Copa de 1998, derrotada de virada pela França na semifinal, por 2 x 1.

Estádio Lujniki, em Moscou, palco da decisão entre França e Croácia neste domingo. Foto: Getty Images

Surpresas não faltaram na trilha russa, que resultou em 163 gols, com média de 2,6 por partida. A Alemanha, que defendia o título conquistado em 2014, não passou da primeira fase, tendo como "sentença de morte" uma derrota por 2 x 0 para a Coreia do Sul. A Argentina, de Lionel Messi, por milagre não teve o mesmo destino na fase de grupos, mas não passou das oitavas, num eletrizante 3 x 4 diante da França. Portugal, de Cristiano Ronaldo, parou entre os 16, assim como a Espanha, diante da Rússia. O Brasil badalado de Tite e Neymar não teve forças para ir além das quartas, superado pela Bélgica. Os "Red Devils" conquistaram o bronze neste sábado, após vitória por 2 x 0 sobre a Inglaterra.

"Conheço os jogadores da Croácia e são de extrema categoria. Eles se classificaram num grupo difícil e apenas um time pode erguer o troféu neste domingo. Tem de ser o nosso"
Paul Pogba, meia da França

Trilhas opostas

Alheios aos tropeços dos adversários, França e Croácia trilharam seus caminhos de forma bem distinta. A França mostrou uma incomum consistência e uma capacidade de sempre achar a fórmula para chegar às vitórias com o mínimo esforço. Na fase de grupos, derrotou a Austrália na estreia por 2 x 1, numa partida em que o brilho maior foi do VAR (árbitro de vídeo), que estreou no Mundial para anotar um pênalti que Griezmann converteu.

Na sequência, vitória magra, por 1 x 0, sobre o Peru, seguida por um "jogo de compadres" com a Dinamarca. Com as duas equipes classificadas, o duelo terminou no primeiro 0 x 0 da Copa da Rússia. Na fase de mata-mata, depois de superar a Argentina, deixou para trás outra equipe sul-americana, ao bater o Uruguai por 2 x 0. Na semifinal, fez o necessário para eliminar a Bélgica, por 1 x 0, com gol de cabeça do zagueiro Umtiti.

Liderada por um trio de ataque extremamente prestigiado, composto por Griezmann, Giroud e Mbappé, e resguardados por volantes e defensores sólidos, casos de Pogba, Matuidi, Pavard, Varani e o goleiro Lloris, a França soma 10 gols marcados, contra quatro sofridos, e chega à decisão na Rússia devidamente calejada. Há dois anos, na final da Eurocopa que disputaram em casa, os Bleus caíram diante de Portugal, por 1 x 0.

Lloris, Perisic, Griezmann, Modric, Mbappé, Rakitic, Pogba e Subasic: possíveis destaques da final. Foto: Getty Images

"Em 2016 nós cometemos o erro de ficarmos confiantes demais. Depois de batermos a Alemanha na semifinal, nós sentíamos que estávamos destinados a vnecer. Eu posso prometer para você que não faremos o mesmo erro de novo. Eu conheço os jogadores da Croácia e são de extrema categoria. Eles se classificaram num grupo extremamente difícil e apenas um time pode erguer o troféu neste domingo. Tem de ser o nosso", afirmou o meia Paul Pogba.

A Croácia, por sua vez, percorreu uma incrível maratona no outro lado da chave para carimbar o passaporte para a decisão. Na vida prática, jogou 90 minutos a mais que os franceses. Isso porque, após cumprir uma fase de grupos com 100% de aproveitamento, com vitórias sobre Nigéria ( 2 x 0), Argentina (3 x 0) e Islândia (2 x 1), enfrentou uma epopeia no mata-mata.

"Nós tivemos, de fato, uma jornada muito difícil, mas não há desculpas. Estamos prontos para o último jogo"
Zlatko Dalic, técnico da Croácia 

Nas oitavas de final, prorrogação e vitória nos pênaltis sobre a Dinamarca após empate em 1 x 1 no tempo normal. Nas quartas de final, prorrogação e pênaltis para eliminar os russos, donos da casa, depois de empate em 1 x 1 no tempo normal e mais um gol para cada lado na prorrogação. Na semifinal, outros 120 minutos para superar a Inglaterra na prorrogação, após igualdade em 1 x 1 no tempo normal. O time tem como principais referências os meias Modric, Perisic e Rakitic, além da experiência do atacante Mandzukic na frente.

"Com esse grande resultado, nós definitivamente já entramos para a história como um dos menores países que já chegaram a uma final de Mundial. Este será nosso maior jogo contra o rival mais difícil, com certeza. A França é muito perigosa nos contra-ataques. Nós tivemos, de fato, uma jornada muito difícil, mas não há desculpas. Estamos prontos para o último jogo", afirmou o técnico da Croácia, Zlatko Dalic.

Família Scolari

A última final de uma Copa do Mundo da FIFA que não foi decidida na prorrogação ou nos pênaltis ocorreu em 2002. Na ocasião, o Brasil da Família Scolari, liderada por Ronaldo e Rivaldo, bateu a Alemanha por 2 x 0 na edição disputada na Coreia do Sul e no Japão. O último jogador a marcar um gol nos 90 minutos regulamentares foi Marco Materazzi, pela Itália, na final de 2006, exatamente contra a França. Aquela edição foi vencida pelos italianos nos pênaltis. Em 2010, na África do Sul, a Espanha venceu a Holanda por 1 x 0, com um gol de Iniesta na prorrogação. Em 2014, foi a vez de a Alemanha conseguir seu gol na prorrogação contra a Argentina, dos pés de Götze.

Deschamps mira Zagallo e Beckenbauer

Se a França chegar ao bicampeonato mundial, quem também fará história será o técnico Didier Deschamps. Ele se tornará a terceira personalidade do mundo da bola a ostentar no currículo títulos mundiais conquistados tanto como jogadores quanto como treinadores. Antes dele, só duas figuras conseguiram o feito. O primeiro foi Zagallo, campeão em campo com a Seleção Brasileira, em 1958 e 1962, e depois comandante da equipe que conquistaria o tri. O outro é o alemão Franz Beckenbauer, campeão como atleta em 1974 e depois como treinador, em 1990.

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