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Judô

25/08/2019 05h20

Mundial de Judô 2019

A curta e intensa história em dois atos de Eric Takabatake no Mundial

Brasileiro passou pela primeira rodada por punições e perdeu no Golden Score para georgiano que terminou o dia com o título de campeão mundial
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Eric Takabatake contra o georgiano Lukhumi Chkhvimiani. Foto: Roberto Castro/rededoesporte.gov.br
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Eric Takabatake contra o georgiano Lukhumi Chkhvimiani. Foto: Roberto Castro/rededoesporte.gov.br
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Eric Takabatake na espera pela luta no Mundial. Foto: Roberto Castro/rededoesporte.gov.br
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Eric Takabatake contra o georgiano Lukhumi Chkhvimiani. Foto: Roberto Castro/rededoesporte.gov.br
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Eric Takabatake contra o georgiano Lukhumi Chkhvimiani. Foto: Roberto Castro/rededoesporte.gov.br
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Eric Takabatake contra o georgiano Lukhumi Chkhvimiani. Foto: Roberto Castro/rededoesporte.gov.br
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Eric Takabatake contra o georgiano Lukhumi Chkhvimiani. Foto: Roberto Castro/rededoesporte.gov.br
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A participação do paulista Eric Takabatake no Mundial de Judô de Tóquio foi intensa, mas não tão extensa quanto o atleta de 28 anos imaginava. Número dez do ranking mundial da categoria -60kg, o judoca estreou já na segunda rodada da chave com 73 atletas, diante do turco Fraj Dhouibi, 39° da listagem da Federação Internacional de Judô. Num combate em que foi soberano, Takabatake provocou três punições no rival, duas por falta de combatividade. Assim, conquistou a vaga na terceira rodada da competição.

Na sequência, contudo, veio um combate de extremo equilíbrio. Do outro lado, o georgiano Lukhumi Chkhvimiani, de 26 anos, número nove do mundo e campeão dos Jogos Europeus e da etapa de Tblisi do Grand Prix, ambos em 2019. Os dois já haviam se enfrentando duas vezes nos anos recentes, com uma vitória para cada lado. O tira-teima foi um combate sem pontos no tempo regular. A luta foi para o Golden Score. Contra o brasileiro, contava o fato de chegar à "morte súbita" com duas punições no placar, o que lhe deixava sem possibilidade de novo "shidô".

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Eric Takabatake contra o georgiano Lukhumi Chkhvimiani. Foto: Roberto Castro/rededoesporte.gov.br
"Quando consegui fazer uma pegada, estava na cabeça que ia fazer o golpe para trás, para surpreender ele. Até acho que surpreendi, achei que ia jogar o corpo dele, mas ele acabou rodando por cima de mim"
Eric Takabatake

Ciente de que não podia deixar o adversário provocar uma terceira punição, Eric encaixou a pegada e arriscou uma entrada para trás. Chegou a parecer que projetaria o adversário para conseguir o ponto que precisava para seguir adiante no torneio, mas levou uma invertida no golpe e caiu de lado no tatame. O waza-ari decretou a eliminação do brasileiro.

"Sempre que você entra no Golden Score com duas punições é complicado, mas eu estava, entre aspas, tranquilo, porque sabia qual era o jogo dele, que ele ia tentar me punir de novo. Entrei com essa cabeça. Quando consegui fazer uma pegada, estava na cabeça que ia fazer o golpe para trás, para surpreender ele. Até acho que surpreendi, achei que ia jogar o corpo dele, mas ele acabou rodando por cima de mim. Foi tudo muito rápido", comentou Eric. "Eu entrei mesmo para o tudo ou nada. Desta vez acabei tomando".

A categoria -60kg é apontada por atletas e treinadores como uma das mais competitivas da modalidade. Ainda que exista uma dominância dos japoneses nas primeiras posições, a diversidade de atletas e nações que sobem ao pódio em etapas do circuito internacional varia bastante. Não foi diferente em Tóquio. Logo na primeira rodada, por exemplo, o cabeça de chave número um, o russo Robert Mshvidobadze, perdeu para Yung Yang Wei, de Taipei, por ippon.

"Não menosprezando outras categorias, mas as mais leves têm sempre muita gente. Sempre as chaves reúnem uma média de 70, 90 atletas. E sempre aparece gente nova, por isso o ranking varia. Existem, claro, alguns nomes principais, mas é uma categoria imprevisível", comentou Takabatake. Felipe Kitadai, bronze olímpico nos Jogos de Londres (2012) e eliminado na estreia em Tóquio, endossa a opinião. "Se você fizer a mesma competição amanhã, é possível que os dez primeiros sejam diferentes. O equilíbrio é real", disse.

Tão real que os adversários que venceram Kitadai e Takatabake avançaram até o bloco final da competição. O georgiano Lukhumi Chkhvimiani, aliás, deixou todos os rivais pelo caminho e terminou o dia com o título mundial em Tóquio. Na final, ele superou Sharafuddin Lutfillaev, do Uzbequistão. Os bronzes ficaram com o japonês Ryuju Nagayama e com Yeldos Smetov, do Cazaquistão. Smetov venceu na disputa do terceiro lugar Gusman Kyrgyzbayev, que eliminou Kitadai na estreia

Números expressivos

Evento-teste para os Jogos Olímpicos de 2020, o Campeonato Mundial de Judô de 2019 segue até o próximo dia 1 de setembro e reúne 839 atletas, de 148 países. São sete categorias no masculino e outras sete no feminino. Até 31 de agosto, a disputa é nas categorias individuais. No dia 1 de setembro, será a vez da competição por equipes mistas, formato que será adotado pela primeira vez no programa olímpico nos Jogos do Japão. Pelo sorteio da chave, o time brasileiro vai estrear contra a seleção alemã. Se vencer, terá pela frente o vencedor do confronto entre Portugal e Azerbaijão.

Na chave individual, o Brasil tem 18 atletas inscritos. Dezessete deles são integrantes do Bolsa Atleta, programa da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. O investimento anual do governo federal no grupo é de R$ 1,67 milhão.

Além disso, 12 dos 18 atletas estão incluídos na Bolsa Pódio, a categoria mais alta do programa, voltada para esportistas que se consolidam entre os 20 melhores do mundo. Eles recebem repasses mensais que variam entre R$ 5 mil e R$ 15 mil. Numa outra frente de investimentos federais, 11 dos 18 atletas integram o Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas (PAAR).

Infográfico - Mundial de Judô 2019

Gustavo Cunha, de Tóquio, no Japão - rededoesporte.gov.br