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24/09/2018 16h30

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Em busca de ouro inédito, Brasil estreia no Mundial de Canoagem Slalom nesta terça

Com dez atletas, delegação nacional espera garantir maior número de finais e sonha com um título no Parque Radical, no Rio de Janeiro

Para alcançar a meta de uma campanha histórica no Mundial de Canoagem Slalom 2018, a partir desta terça-feira (25.09) no Rio de Janeiro, os atletas brasileiros apostam em duas frentes: a vantagem de conhecer cada detalhe da raia olímpica de Deodoro e o talento dos brasileiros Ana Sátila e Pepê Gonçalves. O time brasileiro tem dez atletas na competição que reúne 300 canoístas de 40 países. 

As disputas individuais serão no C1 e K1 (canoa e caiaque individuais e por equipes), tanto no feminino quanto no masculino. Na dupla, será no C2 (canoa em dupla mista). Neste primeiro dia de competições, estarão na água os brasileiros que competem no K1 feminino e masculino por equipe e no C1 masculino por equipes. O mundial terá também a K1 Extremo Cross, categoria não olímpica em que os canoístas largam juntos de uma estrutura suspensa direto na pista de competição.

Na preparação para o torneio, a delegação nacional passou quatro meses de treinos na capital fluminense no início do ano. A parte técnica e tática foi realizada nas corredeiras de Deodoro. A parte física na academia do Time Brasil, no Parque Olímpico da Barra.

Ana Sátila é uma das apostas brasileiras para o Mundial do Rio de Janeiro. Foto: André Motta/rededoesporte.gov.br

"Acredito no grande potencial de Ana Sátila e do Pepê para garantir ótimos resultados e, quem sabe, uma medalha inédita. Esperamos também que outros brasileiros conquistem um lugar nas finais, o que seria um ótimo desempenho", afirmou Cássio Petry, coordenador técnico da Seleção (confira entrevista completa). O Brasil nunca conquistou um ouro em Mundiais nas provas olímpicas do C1 e do K1 feminino. No masculino, nunca subiu ao pódio.

Na temporada 2018, Ana Sátila, de 22 anos, esteve entre as melhores em quatro etapas da Copa do Mundo. Na primeira, na Eslováquia, foi prata no K1 Extremo Cross, prova não olímpica. Na Polônia, faturou o bronze no C1 Feminino e, na Alemanha, foi ouro K1 Extremo Cross e bronze no C1. Além disso, a atleta foi ouro no K1 Extremo Cross no Mundial Sub-23, disputado em julho, na Itália. Em 2017, obteve o bronze no Mundial na prova do C1 e o ouro na K1 extremo cross, na França. 

“Estou muito feliz com o meu resultado geral na temporada de 2018. Estou me dedicando ao máximo para conseguir uma medalha para o Brasil aqui no Mundial do Rio de Janeiro”, afirmou Ana Sátila, que viveu a frustração de não chegar à final nos Jogos Olímpicos Rio 2016. 

"Acredito no grande potencial de Ana Sátila e do Pedro Gonçalves (Pepê) para garantir ótimos resultados e, quem sabe, uma medalha inédita"
Cássio Petry, coordenador técnico da Seleção Brasileira

Pepê, 25 anos, é outro dos destaques do time brasileiro. Há mais de 10 anos na modalidade, foi descoberto no programa social Navegar e passou pelo projeto Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, antes de descobrir o esporte de alto rendimento. Desde os 16 anos na Seleção, volta a competir na raia em que fez história ao conquistar a inédita final olímpica. Terminou em sexto lugar nos Jogos Rio 2016.

"Já mostrei que vou muito bem competindo em casa. Gosto e sei lidar com a pressão. O Mundial em casa será para a gente desfrutar, buscar o melhor resultado. Estou trabalhando para chegar em uma final. Se chegar, ninguém segura a gente", disse o paulista de Piraju.

Além de Sátila e Pepê, a delegação nacional conta com Guilherme Mappelli, Fábio Scchena, Felipe Borges, Gustavo Selbach, Marina Souza, Omira Neta, Beatriz Simões e Charles Correa. Todos recebem o apoio financeiro do programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte, quatro deles com a Bolsa Pódio. 

Pepê espera repetir nas corredeiras de Deodoro o bom resultado que teve nos Jogos Rio 2016. Foto: André Motta/rededoesporte.gov.br

Olhar em Tóquio

A canoagem slalom é um dos esportes mais radicais do calendário olímpico. A edição de 2018 não vale vaga para os Jogos de Tóquio 2020, mas serve como preparação para o próximo mundial – o mais esperado pelos canoístas no ciclo, porque será uma das seletivas para os Jogos do Japão. Em 2019, o evento será na cidade espanhola de La Seu D'Urgell.

Galeria de fotos (imagens disponíveis em alta resolução para uso editorial gratuito)

Mundial de Canoagem Slalom 2018 - Rio de Janeiro

 

ENTREVISTA: 
Cássio Petry, coordenador técnico da Seleção Brasileira

Como é para a Seleção voltar a competir em um grande evento no Canal dos Jogos Rio 2016?
A equipe está motivada para competir novamente no palco dos Jogos Olímpicos. Fizemos uma preparação de quatro meses no Canal de Deodoro, de dezembro de 2017 até março deste ano. Foi um período importante para os atletas brasileiros evoluírem tecnicamente, com quatro meses intensos de treinamentos de segunda a sábado. O período proporcionou uma maior preparação, além de contar com o apoio da estrutura do Comitê Olímpico do Brasil (COB) na preparação física.

O Brasil leva vantagem por ter treinado no Rio?
Sem dúvida, cada onda vai favorecer os atletas brasileiros.

O que esperar dos brasileiros?
Acredito no grande potencial de Ana Sátila e do Pedro Gonçalves (Pepê) para garantir ótimos resultados e, quem sabe, uma medalha inédita. Esperamos também que outros brasileiros conquistem um lugar nas finais da competição, o que seria um ótimo desempenho.

Em que provas o Brasil tem mais chances?
A Ana Sátila vai disputar as provas de C1 e K1 feminino. Ela tem chance nas duas. No masculino, o Pedro Gonçalves é o destaque no K1 masculino.

Há previsão de a seleção voltar a treinar no Rio?
Tudo depende de como vai funcionar o Parque Radical. Se tudo ocorrer bem, estaremos aqui para treinar. Vai depender de muita coisa, até os resultados deste mundial pode ajudar a gente a voltar a treinar neste importante canal para a prática de canoagem.

Breno Barros, do Rio de Janeiro - Rededoesporte.gov.br